Raízen (RAIZ4): Moody’s Local Brasil mantém rating ‘AAA.br’, mas muda perspectiva para negativa; o que impacta a companhia?
A Raízen (RAIZ4) informou ao mercado, na noite de quarta-feira (12), que a agência classificadora de risco Moody’s Local Brasil manteve os ratings (classificação de crédito) AAA.br da companhia, mas revisou a perspectiva de estável para negativa.
Em relatório, a agência afirma que a revisão reflete a significativa deterioração das métricas de crédito da companhia, diante do enfraquecimento dos resultados operacionais e aumento do endividamento bruto.
“A agência entende que uma recuperação das métricas de crédito depende de iniciativas que visam fortalecer a estrutura de capital da companhia, como a realização de desinvestimentos e aportes de capital. No entanto, as incertezas quanto ao montante, à estrutura e ao momento dessas entradas de caixa adicionam riscos de execução no processo de desalavancagem da Raízen”, dizem os analistas da Moody’s Local Brasil.
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Já a manutenção do rating da Raízen no nível mais alto (AAA.br) reflete o que a Moody’s aponta como um robusto perfil de negócios, suportado pela elevada escala, forte posição competitiva nos negócios de açúcar e álcool, distribuição de combustível e ampla diversificação.
A Moody’s Local Brasil avalia que a produção e comercialização sucroalcooleira oferecem potencial para margens mais elevadas, embora tenham como característica a volatilidade, enquanto o segmento de distribuição de combustível é uma fonte mais estável de geração de caixa.
Ainda, o rating da Raízen Energia também teve afirmação em AAA.br, refletindo a mesma qualidade de crédito da Raízen, devido aos fortes vínculos implícitos e explícitos entre ambas as entidades, mostra o relatório da agência.
Cenário delicado para a Raízen
A Raízen chegou ao seu 28º dia com negociações abaixo de R$ 1 por ação na B3 na quarta-feira (12). No ano, as ações caem mais de 50%, além de recuarem quase 90% desde o IPO.
Segundo as regras da B3, uma ação só é considerada penny stock quando permanece abaixo de R$ 1 por ao menos 30 pregões seguidos.
Isso pode levar a empresa a sofrer algumas sanções por parte da administradora da Bolsa brasileira, como a retirada de índices dos quais faz parte – incluindo o Ibovespa.
A companhia divulga seus resultados referentes ao segundo trimestre da safra 2025/2026 na sexta-feira (14), após o fechamento do mercado.
A XP Investimentos espera um prejuízo de R$ 427 milhões e uma receita líquida de R$ 59 bilhões para a Raízen no 2T26, contra R$ 63 bilhões do consenso do mercado. Os analistas recomendam compra e preço-alvo de R$ 2,40 para a ação.