Raízen (RAIZ4): Para o BTG Pactual, venda da Usina Santa Elisa reforça ‘senso de urgência’; veja

A Raízen (RAIZ4) informou ontem (16) a venda de todas suas áreas de fornecimento de cana-de-açúcar próprias e de terceiros associadas à Usina Santa Elisa por R$ 1 bilhão.
Segundo o BTG Pactual, a venda representa cerca de 5% do volume de cana-de-açúcar previsto para ser processado na safra 2025/2026 e reforça o “senso de urgência” na reestruturação da gestão, que começou no final do ano passado.
“A operação ocorre após a venda de quase 2,5 milhões de toneladas/ano de outros ativos de cana de usinas anteriormente vendidas ou desativadas, totalizando uma redução de 6,1 milhões de toneladas (mais de 6% do total) no negócio agrícola da companhia desde que ela iniciou um processo de otimização de ativos”, apontam Thiago Duarte e Guilherme Guttila.
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Para os analistas, o movimento é bastante simbólico, já que a Usina Santa Elisa é uma das mais tradicionais do Brasil, situada em uma das regiões canavieiras mais tradicionais do país.
“É claro que uma injeção de caixa não altera significativamente a situação de uma empresa com mais de R$ 40 bilhões em dívida líquida, mas acreditamos que isso vai além do aspecto financeiro. Ao se desfazer de alguns de seus ativos menos eficientes, a Raízen também pode melhorar o desempenho operacional geral, para uma companhia que se tornou uma das produtoras de maior custo entre as empresas sucroalcooleiras do Brasil”.
E a São Martinho?
Entre os compradores, a São Martinho (SMTO3) pagará R$ 242 milhões por uma área de aproximadamente 10 mil hectares, capaz de fornecer até 800 mil toneladas de cana por ano, que serão absorvidas pela usina São Martinho, localizada a uma distância média de 25 km dessa área.
De acordo com os analistas do BTG, a compra pela SMTO3 implica em um múltiplo de aquisição em torno de US$ 50 por tonelada, o que acreditam estar abaixo do custo de reposição para o cultivo de cana em uma das áreas mais valiosas e produtivas do Brasil. “Esse múltiplo também é inferior ao valor em EV/tonelada negociado pela ação no mercado”
O banco segue com recomendação de compra para Raízen (preço-alvo de R$ 3,50 e potencial de alta de R$ 130,26%) e São Martinho (preço-alvo de R$ 39 e potencial de alta de 123,62%)