Raízen (RAIZ4) salta até 12% com possível investimento de Petrobras (PETR4)

As ações da Raízen (RAIZ4) disparam mais de 10% nesta segunda-feira (18) e lideram os ganhos do Ibovespa (IBOV) com o possível novo acionista minoritário para injetar capital e fortalecer sua liquidez, já que a empresa enfrenta mais de R$ 49 bilhões em dívida líquida.
Por volta de 11h (horário de Brasília), RAIZ4 subia 10,58%, a R$ 1,15. Na máxima intradia, os papéis registraram avanço de 12,50%. Acompanhe o Tempo Real.
O forte desempenho é puxada pela notícia de que a Petrobras (PETR4) estuda investir na petroquímica como parte de sua estratégia de retorno ao setor de etanol, segundo o jornal O Globo.
A Raízen, joint venture formada pela Cosan (CSAN3) e Shell, é uma das maiores produtoras brasileiras de etanol de cana-de-açúcar e se destaca por ser a única do mundo a produzir etanol de segunda geração em escala comercial, utilizando 29 usinas. Além disso, atua na distribuição de combustíveis sob a licença da marca Shell no Brasil, Argentina e Paraguai, com mais de 8 mil postos revendedores.
No primeiro trimestre da safra 2025/26, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, após registrar lucro de R$ 1,1 bilhão no mesmo período da safra anterior (2024/25), com impacto de deterioração no desempenho operacional do período.
Fontes consultadas pelo jornal destacam que a Petrobras busca, inicialmente, ter presença relevante no mercado de etanol. Internamente, a estatal debate como entrar na Raízen sem infringir a cláusula de não competição com a Vibra (antiga BR Distribuidora) até 2029 no setor de distribuição. Entre as opções estudadas estão a segregação de ativos ou acordos específicos de gestão.
A Cosan, a Raízen e a Petrobras não comentaram publicamente as negociações até o momento.
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Na avaliação da Ativa Investimentos, a perspectiva de contar com a Petrobras como sócia é positiva sob a ótica de crédito. “Ainda que o desenho final não esteja definido, a sinalização mostra que a companhia tem alternativas para reforçar sua estrutura de capital e buscar uma virada operacional”, afirmou a corretora em nota.
A equipe de analistas também afirma que a associação da estatal com um player líder, como a Raízen, “faz sentido e seria uma escolha racional”, já que o plano estratégico atual da Petrobras prevê aportes relevantes em biocombustíveis.
“O ponto de atenção é a distribuição de combustíveis: não está claro se a parceria também se daria neste segmento diante da cláusula de não competição de Petrobras com a Vibra (em vigor até 2029). Se esta for impeditiva, nossa visão é que a Petrobras e Raízen poderiam costurar um acordo para manter a estatal fora da rede de postos.”