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Rali da Bolsa: Petrobras e Vale foram as ações favoritas em dezembro

15 jan 2021, 18:57 - atualizado em 15 jan 2021, 18:57
Em dezembro, os investidores escolheram ações de segmentos que estavam defasados, como commodities e bancos (Imagem: Unsplash/@adamaszczos)

A busca por ações de companhias produtoras de commodities se intensificou no final de 2020. Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) foram as mais investidas em dezembro, segundo o Big Data SmartBrain.

O estudo é feito com base na plataforma de consolidação de investimentos que processa diariamente mais de 210 mil extratos de investimentos, que somam mais de R$ 120 bilhões.

No mês passado, o Ibovespa teve alta expressiva de 9,30%, chegando aos 120.150 pontos, após ter subido 15,90% em novembro. Com isso, o principal índice da Bolsa teve avanço de 2,92% em 2020.

Apesar da nova onda da Covid-19 e de adoção de lockdown e fechamentos de fronteiras por diversos países, os estudos comprovando a eficácia de vacinas contra o coronavírus e anúncios dos calendários de vacinação em algumas nações alimentaram expectativas otimistas de um retorno ao “normal” com maior fôlego às atividades econômicas em 2021.

Assim, investidores partiram para ativos de risco e, nesse cenário, escolheram ações de segmentos que estavam defasados, como commodities e bancos. Inclusive nos meses de novembro e dezembro, a Bolsa foi impulsionada pela volta dos investimentos estrangeiros. Os gringos compraram principalmente esses papéis que estavam descontados.

Veja agora quais foram as 10 ações mais escolhidas no mês passado:

Ranking das ações queridinhas em dezembro

TOP Ação Rent. Mês Rent. Ano Rent. 24 meses Rent. 36 meses
1 PETR4 13,82% -6,1% 28,5% 87,49%
2 VALE3 12,12% 70,47% 82,15% 138,8%
3 MGLU3 6,95% 110,07% 345,67% 908,71%
4 B3SA3 10,42% 49,95% 144,81% 172,08%
5 BBDC4 13,57% -15,26% 0,3% 29,64%
6 LAME4 14,7% 1,55% 35,21% 56,84%
7 LREN3 -2,33% -21,9% 15,18% 39,29%
8 COGN3 -1,28% -59,49% -47,8% -74,86%
9 BBAS3 14,88% -24,04% -9,82% 36,51%
10 HAPV3 5,68% 19,75% 147,18% Início em 24/4/2018

(Fonte: Big Data SmartBrain)

Nesse contexto, a Petrobras (PETR4) foi bastante recomendada por assessores e investida no mês passado, sendo a Top 1 do ranking de favoritas. Em novembro, estava em sexto lugar. A companhia demonstrou resiliência na crise por ter custos de produção baixos e tem se destacado pela gestão com foco na diminuição do endividamento e no seu plano de desinvestimentos para se concentrar em áreas estratégicas de extração de petróleo e gás. A manutenção dos cortes de produção de petróleo pela Opep+ é outro fator que favorece a empresa. As ações da Petrobras subiram 13,82% em dezembro. Segundo analistas, as vacinas contra a Covid e a retomada gradual da economia tendem a levar a uma recuperação da demanda por commodities e dos seus preços no mercado global.

A Vale (VALE3), que subiu da quarta para a segunda posição, também vem atuando na redução de custos das suas operações, tem baixa exposição em dívidas e seus resultados no terceiro trimestre superaram as expectativas do mercado. A mineradora deve se beneficiar com a evolução das compras de minério de ferro pela China. Além disso, a companhia tem atraído investidores, pois retomou recentemente sua política de pagamentos de dividendos que estava suspensa desde o incidente de Brumadinho (MG) e deve seguir como boa pagadora desses proventos. Em 2020, as ações da Vale valorizaram 70,47%.

Chama a atenção a presença de ações de varejistas e de bancos na lista de preferências.

Há vários meses a Magazine Luiza (MGLU3) aparece entre as mais investidas e passou da primeira para a terceira posição de novembro para dezembro. A empresa, que já tinha uma atuação digital consistente, conseguiu se fortalecer ainda mais na crise da Covid. A Magazine Luiza tem investido em centros de distribuição e adquiriu startups para ganhar ainda mais competitividade. Os fundamentos que sustentam a procura pela ação continuam os mesmos e apesar do valuation caro, os agentes de mercado veem um horizonte promissor de crescimento. A as ações da Magalu subiram 110% em 2020.

Lojas Americanas
A Lojas Americanas está descontada em relação aos seus pares e bem capitalizada para avançar suas lojas físicas e a plataforma digital (Imagem: LinkedIn/Americanas)

A Lojas Americanas (LAME4) foram novidade, entrando em sexto lugar no ranking. Conforme analistas, a empresa está descontada em relação aos seus pares e bem capitalizada para avançar suas lojas físicas e a plataforma digital, após ter levantado R$ 7,87 bilhões em uma oferta subsequente de ações em julho do ano passado. Já as Lojas Renner (LREN3) voltaram na sétima posição. A varejista de moda destaca-se pela sua capacidade de gestão.

No setor financeiro, as ações B3 (B3SA3) são procuradas há vários meses e passaram da segunda para a quarta posição. A Bolsa atrai cada vez mais investidores do varejo e é impulsionada em um cenário de juros baixos. Ao mesmo tempo, a retomada da economia abre espaço para ofertas iniciais de ações IPOs e follow-ons.

Já os grandes bancos que estavam com preços defasados em relação a outros setores, começaram a entrar em uma trajetória mais positiva com a redução das provisões. Somado a isso, a melhora na economia irá levar ao aumento do crédito e de serviços. Em dezembro, as ações do Bradesco (BBDC4) e do Banco do Brasil (BBAS3) continuaram sendo escolhidas para as carteiras.

Retornaram à lista de favoritas as ações da Cogna (COGN3) do setor de educação, detentora das marcas Kroton, Saber e Vasta. A companhia está em um processo de reestruturação das suas atividades para reverter perdas, um plano que será tocado até o fim deste ano. O objetivo é reduzir a graduação presencial e apostar mais no ensino à distância e em cursos premium, de maior valor agregado.

Voltaram também as ações da Hapvida (HAPV3) do setor de saúde, que conforme analistas, tem apresentado bons resultados operacionais com o seu modelo de negócios. Companhia oferece planos de saúde com custos acessíveis devido à sua estrutura verticalizada de atendimento.

Em dezembro, as ações da Hapvida foram muito recomendadas por conta do plano agressivo de crescimento orgânico e por meio de aquisições de carteiras de planos de saúde, clínicas e hospitais. E agora neste mês o mercado foi surpreendido com o fato relevante divulgado pela Hapvida e pela NotreDame Intermédica (GNDI3) informando que estão negociando a fusão de suas operações.

Deixaram o ranking das Top 10 Itaúsa (ITSA4), BTG Pactual (BPAC11), Via Varejo (VVAR3) e o BOVA11, ETF que segue o Ibovespa.

Ranking dos fundos de ações preferidos em dezembro

TOP Fundo Gestor Rent. Mês Rent. Ano Rent. 24 meses Rent. 36 meses
1 INDIE FIC FIA INDIE CAPITAL 6,93% 7,45% 69% 92,92%
2 ARX INCOME FIC FIA ARX INVESTIMENTOS 8,26% 2,55% 39,43% 80,56%
3 MOAT CAPITAL FIC FIA MOAT CAPITAL 7,03% 8,11% 55,52% 102,4%
4 IP VALUE HEDGE FIC FIA BDR Nível I IP CAPITAL PARTNERS 1,7% 14,37% 33,78% 41,77%
5 EQUITAS SELECTION FIC FIA EQUITAS 7,47% -13,57% 38,18% 73,9%
6 BRASIL CAPITAL 30 FIC FIA BRASIL CAPITAL 7,78% -0,25% 55,67% 76,91%
7 ALASKA BLACK INSTITUCIONAL FIA ALASKA INVESTIMENTOS 3,03% -4,5% 25,22% 65,76%
8 BTG PACTUAL ABSOLUTO LS FIC FIA BTG PACTUAL 0,61% 9,79% 27,37% 45,76%
9 AZ QUEST TOP LONG BIASED FIC FIA AZ QUEST INVESTIMENTOS 7,26% -3,32% 31,8% 82,87%
10 AZ QUEST AÇÕES FIC FIA AZ QUEST INVESTIMENTOS 7,67% -3,87% 23,63% 55,92%

(Fonte: Big Data SmartBrain/Obs.: todos fundos de investimentos apresentados no estudo são abertos. Foram
excluídos do levantamento os fundos exclusivos e os dedicados a determinados grupos e family offices)

Todos os fundos de ações que contavam entre os Top 10 preferidos em novembro continuaram em dezembro, apenas de algumas mudanças nas posições.

Os fundos Indie FIC FIA e o ARX Income FIC FIA prosseguiram em primeiro e segundo lugar. Já o Moat Capital FIC FIA foi do quarto para o terceiro lugar.

Em dezembro, todos os fundos de ações mais investidos tiveram retornos positivos, sendo que o melhor desempenho foi do ARX Income FIC FIA, uma rentabilidade de 8,26% no mês.

No ano, cinco fundos tiveram desempenhos positivos e a melhor performance foi do IP Value Hedge FIC FIA BDR Nível I, sob a gestão da IP Capital Partners, uma valorização de 14,37%.

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