Commodities

Rali da soja incentiva consolidação de setor agrícola no Brasil

30 nov 2020, 11:23 - atualizado em 30 nov 2020, 11:23
Agronegócio, Soja, BrasilAgro
A SLC, que cultiva soja, milho e algodão, vai ampliar a área plantada em 28% após assumir o comando das fazendas da Terra Santa Agro no Mato Grosso, estado que lidera a produção de grãos no país (Imagem: YouTube/BrasilAgro)

A SLC Agrícola (SLCS3) acelera a expansão com a compra das operações de uma grande rival em meio à forte demanda chinesa, que impulsiona o rali da soja e leva os preços domésticos para níveis recordes.

A SLC, que cultiva soja, milho e algodão, vai ampliar a área plantada em 28% após assumir o comando das fazendas da Terra Santa Agro no Mato Grosso, estado que lidera a produção de grãos no país.

O acordo surge em meio ao forte rali nos mercados de commodities agrícolas. Os futuros da soja em Chicago atingiram a máxima em seis anos diante de preocupações com a oferta na América do Sul e a sólida demanda chinesa. Com a alta do dólar frente ao real, os preços domésticos da soja estão perto de máximas históricas.

“É um movimento muito estratégico para nós”, disse o diretor-presidente da SLC, Aurélio Pavinato, em entrevista por telefone. “As fazendas que serão incorporadas estão muito próximas das nossas no Mato Grosso, permitindo grandes sinergias.”

A SLC adicionará cerca de 130 mil hectares aos 470 mil que espera plantar na temporada 2020-21.

A venda faz parte de uma reorganização da Terra Santa. A empresa vai dividir o negócio em uma empresa de terras, que não está incluída no acordo, e uma unidade agrícola que será absorvida pela SLC, segundo documento regulatório divulgado na quinta-feira.

A SLC assumirá R$ 485 milhões em dívidas da Terra Santa e pagará R$ 65 milhões de reais em ações. Com a transação, a SLC também vai pagar uma taxa de arrendamento para a unidade de terras da Terra Santa. O valor será determinado por condições de mercado em um contrato de longo prazo, segundo Pavinato.

O acordo dá à SLC maior escala em um momento de escassa disponibilidade de terras no Mato Grosso e destaca seu “modelo de negócios lucrativo e replicável” disse o Credit Suisse em relatório.

A dívida líquida da SLC era de 1,46 vez o Ebitda em setembro e continuará em “níveis confortáveis” após a transação, disse Pavinato. A empresa continuará buscando alternativas de expansão da área no Centro-Oeste e Matopiba, onde já atua, acrescentou.

O negócio deve ser concluído em 120 dias após a diligência e aprovações regulatórias.

“Se bem-sucedida, a SLC entregará cinco anos de crescimento de área plantada em um, o que é impressionante em nossa opinião”, escreveu Saragiotto.

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