Reag Investimentos (REAG3): Executivos assumem controle da gestora por R$ 100 milhões

Os atuais controladores da Reag Investimentos (REAG3) fecharam acordo de venda de ações com a Arandu Partners — entidade detida pelos principais executivos da gestora — por cerca de R$ 100 milhões, mostra comunicado enviado ao mercado na noite de domingo (7). Com isso, o fundador João Carlos Mansur deixa a companhia, em meio às rusgas causadas pela Operação Carbono Oculto.
Segundo fato relevante, a transação envolve a aquisição das ações dos atuais controladores, que totalizam 87,38% do capital social da companhia, e inclui o pagamento de parcela contingente variável vinculada à receita operacional líquida da Reag por cinco anos.
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“A consumação da operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes usuais para esse tipo de transação, bem como à realização, pela compradora, de oferta pública de aquisição de ações da companhia por alienação de controle, em favor dos acionistas minoritários”, diz a Reag.
Segundo fato relevante da Reag Capital, holding do grupo, a decisão da operação visa proteger a integridade e a reputação da Reag “diante das recentes e infundadas especulações às quais a companhia foi submetida, sendo esta a medida mais prudente para assegurar que a condução dos negócios e a governança corporativa permaneçam inabaláveis, sem qualquer interferência de tais narrativas”.
Além do acordo de compra e venda, a Reag informou ao mercado no domingo a renúncia de Mansur do cargo de presidente do conselho de administração. Somado a isso, Altair Rossato deixa os cargos de membro independente do conselho e membro do comitê de auditoria financeira, enquanto Fabiana Franco renunciou ao cargo de diretora financeira.
Reag Investimentos na mira de megaoperação na Faria Lima
A Reag, considerada uma das maiores administradoras de recursos do país, se tornou um dos 350 alvos de uma megaoperação envolvendo as polícias Federal, Civil e Militar, além do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e do Ministério Público Federal (MPF) realizada no dia 28 de agosto na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro paulista.
Segundo as investigações, foram identificadas irregularidades em várias etapas do processo de produção e distribuição de combustíveis no Brasil.
Cerca de 1.000 postos de combustíveis vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) teriam movimentado R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, e os criminosos teriam sonegado mais de R$ 7 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais.
Ainda de acordo com a investigações, pelo menos 40 fundos, que juntos somam patrimônio de R$ 30 bilhões, são suspeitos de terem sido usados pelo PCC como estrutura para ocultação de patrimônio.
Em posicionamento sobre a operação, a Reag Investimentos e a Companhia Brasileira de Serviços Financeiros (CIABRASF) afirmaram que estão colaborando integralmente com as autoridades, fornecendo informações e os documentos solicitados.