Energia Elétrica

Recuo na atividade econômica faz despencar preço da energia elétrica do bagaço da cana

24 mar 2020, 14:11 - atualizado em 24 mar 2020, 15:13
Etanol
Usinas tiveram queda nos preços da energia elétrica cogerada e exportada para o sistema (Imagem: Paulo Fridman/ Bloomberg)

No mês passado, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) da energia elétrica gerada pelo bagaço de cana estava acima de R$ 200,00 o megawatt. Na última semana (cheia) de março, despencou para ao redor de R$105,00.

O efeito é da menor demanda entre os grandes consumidores de energia elétrica, além de outros setores da economia, sendo que a quarentena no estado de São Paulo, por exemplo, começou hoje (24).

Na visão da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), com estas condições perdurando, o que as usinas tiverem de bagaço sobrando, entre 5% e 10%, deverá ser represado para cogerar energia – e exportar para sistema – quando a situação da pandemia começar a refluir. Para Leonardo Caio, diretor de Tecnologia e de Regulação, pode ser de outubro em diante.

Lembra-se, também, que ainda haverá o bagaço novo, com a safra 20/21 se iniciando no Centro-Sul.

O sistema alimentado pela cogeração de energia das usinas, em torno de 7% (na última safra) de toda produção elétrica nacional, é comercializado no mercado livre, em leilões e no spot.

“A capacidade instalada é de 11,5 mil megawatts”, informa Caio, adicionando que das mais de 300 usinas operacionais, mais da metade não exporta, apenas cogera para uso próprio, e Caio lembra do potencial represado, portanto.

Numa simulação tomando usinas médias (2 milhões de toneladas de moagem, aproximadamente), poderia ser gerado até 100 mil gigawatt/hora.

E com o RenovaBio, cuja meta é acrescer mais 200 milhões/t de cana à produção atual (600 a 650 milhões/t), aumenta mais o potencial.

Quanto andamento dos projetos para três a quatro anos, entre investimentos em retrofits e instalações de cogeração, o diretor da Cogen segue otimista, apesar da dureza que vai ser 2020 para muitas unidades produtivas: etanol em baixa e açúcar também, respectivamente por recessão e preços menores da gasolina e mais alimento brasileiro no mercado internacional.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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