Economia

Recuperação da China está ameaçada por inflação e renda estagnada

12 ago 2020, 14:48 - atualizado em 12 ago 2020, 14:48
Agronegócio Grãos Soja Exportações Porto
Além disso, os preços dos alimentos têm se acelerado, já que a pandemia reduziu as importações e as inundações na China central afetaram as colheitas de alimentos e as vias de transporte (Imagem: Reuters/Stringer)

A estagnação da renda e o aumento dos custos minam a força da recuperação na China: depois da pandemia, enchentes também reduzem o poder de compra de famílias chinesas neste ano.

Essa tendência pode piorar a já enorme desigualdade de renda, de acordo com dados do Departamento Nacional de Estatísticas.

A renda disponível mediana – cerca de US$ 1.000 por trimestre – caiu na época do confinamento por causa do coronavírus, e o fato de estar se recuperando mais lentamente do que a média provavelmente indica uma separação cada vez maior entre pobres e ricos.

Além disso, os preços dos alimentos têm se acelerado, já que a pandemia reduziu as importações e as inundações na China central afetaram as colheitas de alimentos e as vias de transporte.

A inflação dos alimentos começou a avançar em junho, depois da desaceleração no início do ano. A tendência deve continuar durante o verão.

A combinação de alimentos mais caros e renda mais baixa ou estável não deve afetar apenas os pobres, mas também pode dificultar a meta do governo de eliminar a pobreza absoluta neste ano. Além disso, se os consumidores continuarem a segurar os gastos, isso deve atrasar a recuperação, que até agora tem dependido do setor industrial.

“A elevada inflação dos alimentos desde o ano passado devido aos preços da carne suína tem de fato pressionado ainda mais famílias de baixa renda”, disse Michelle Lam, economista para a grande China do Société Générale, em Hong Kong. “A recuperação do consumo pode ser travada pelos grupos de baixa renda.”

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