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Rede DOr (RDOR3) cai quase 5% com revisão de abertura de leitos; o que fazer com as ações agora?

03 jun 2025, 11:29 - atualizado em 03 jun 2025, 17:45
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O Rede DOr reduziu a projeção de novos leitos em 21% nos próximos quatro anos; em reação, ações operam em queda no Ibovespa (Imagem: Money Times)

As ações da Rede D’Or (RDOR3) operaram em forte queda e lideraram a ponta negativa do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (3). 

RDOR3 encerrou o dia com recuo de 3,04%, a R$ 35,30. Na mínima do dia, os papéis caíram 4,89%. Acompanhe o Tempo Real. 



Os papéis reagiram à revisão para baixo dos números de crescimento estimados pela companhia. A Rede D’Or reduziu a previsão de entrega para 3.203 novos leitos hospitalares entre 2025 e 2028, ante a projeção anterior de 4.036 leitos. O número atualizado é 21% menor que a antiga previsão. 

Para este ano, a estimativa é de abertura de 491 leitos, contra 898 previstos no relatório de referência de 2024. Para o próximo ano, são 868 leitos, de 1.117 leitos anteriormente. Para 2027, projeta 893 leitos, de 771 leitos estimados antes, e para 2028, prevê 951 novos leitos, de 1.250 leitos do plano de 2024.

A empresa afirmou que os novos leitos terão custo médio de aproximadamente R$ 1,4 milhão por unidade, sendo cerca de 80% destes “brownfields“. No relatório de 2024, o custo médio era de R$ 1,5 milhão e os projetos “brownfields” representavam 70% de um plano com mais de 40 projetos.

Ainda de acordo com a Rede D’Or, o grupo está desenvolvendo mais de 30 projetos novos (greenfield) e de expansão (brownfield), que se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento e licenciamento.

O que dizem os analistas? 

Na visão de analistas do Citi, a revisão do guidance “naturalmente não é um bom presságio para a confiança em torno dos fundamentos de crescimento de longo prazo da empresa”.

Para o Bradesco BBI, a redução no plano de expansão é “amplamente negativa”, particularmente com o crescimento acima do mercado de planos de saúde pela SulAmérica e um ambiente competitivo mais favorável para os hospitais do grupo, dada sua exposição limitada a operadores em dificuldades financeiras.

“O corte acentuado nos projetos brownfield – que normalmente são mais lucrativos e não exigem credenciamento de pagadores – também foi um sinal negativo, sugerindo perspectivas de crescimento mais fracas nos mercados existentes”, acrescentaram os analistas Marcio Osako e Larissa Monte em relatório a clientes.

Já o Goldman Sachs considerou a mudança “levemente negativa”. “Esperávamos ver alguns ajustes na nova versão do plano de expansão, o que é um processo natural da empresa, reavaliando a demanda e desafios operacionais para a entrega de novos projetos. No entanto, a magnitude da revisão do plano foi notável”, afirmou o analista Gustavo Miele. 

Para ele, os investidores podem interpretar a mudança como uma leve redução no potencial de crescimento de longo prazo da empresa. A reação negativa do mercado, portanto, já era esperada. 

O BTG Pactual, por sua vez, afirma que o novo plano se mostra “mais realista”, refletindo cautela frente ao custo de capital elevado e exclusões em planos de saúde regionais. 

Os analistas do banco também avaliaram que, apesar da revisão, a expansão média anual de 6% permanece sólida, com investimento (capex) por leito ligeiramente menor. 

Além disso, o banco afirma que a parceria com o Bradesco pode destravar crescimento futuro, “mesmo que o plano atual não reflita isso”. 

O que fazer com RDOR3 agora?  

A revisão para baixo do guidance de novos leitos não deve ter impacto no lucro líquido da companhia no período entre 2025 e 2028, na avaliação do Goldman Sachs. “Menor capex levando a menores despesas financeiras, enquanto o impacto no Ebitda deve ser limitado no curto prazo, pois os projetos demoram a amadurecer” disse Gustavo Miele em relatório. 

O analista também destaca que há pontos positivos na mudança. “Acreditamos que o plano de expansão está agora significativamente desarraigado, especialmente depois que a empresa reavaliou sua exposição a pagadores-chave no setor nos trimestres passados, focando em relacionamentos com parceiros que podem fornecer melhores termos comerciais para a Rede D’Or em termos de ticket e recebíveis.”

O banco também não descarta que a joint venture da Rede D’Or com a Bradesco Seguros ganhe mais relevância com novos projetos.

Com essa visão, o Goldman Sachs reiterou a recomendação de compra para RDOR3 com preço-alvo de R$ 41 nos próximos 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 9,5% sobre o preço de fechamento anterior. 

O BTG Pactual também reforçou a recomendação de compra para os papéis da rede de hospitais com preço-alvo de R$ 44, o que significa um potencial salto de 17,5% até o final de 2025 sobre o preço de fechamento da véspera (2). 

“Continuamos vendo RDOR3 como consolidadora do setor e com potencial de dobrar de tamanho em 10 anos. A companhia permanece como nossa top pick no setor de saúde”, diz o banco em relatório. 

As ações da rede de hospitais acumula alta de cerca de 44% no ano.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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