Internacional

Reino Unido “não é totalmente soberano”, diz secretário francês

11 jan 2021, 16:36 - atualizado em 11 jan 2021, 16:36
Brexit
Segundo Clément Beaune, secretário de Estado da França para Assuntos Europeus, o Reino Unido ainda precisa seguir as regras da União Europeia para manter o acesso ao mercado único (Imagem: REUTERS/Hannibal Hanschke/File Photo)

O Reino Unido não é “totalmente soberano” após sua separação da União Europeia, porque ainda precisa seguir as regras do bloco para manter o acesso ao mercado único, disse o secretário de Estado da França para Assuntos Europeus, Clément Beaune.

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Com o acordo comercial que marcou a saída do Reino Unido da UE em 31 de dezembro, “eles terão acesso aos mercados, mas não decidirão as regras”, disse Beaune em entrevista à Bloomberg TV. “É muito melhor estar dentro do clube e poder decidir sobre essas regras.”

Após meses de negociações tensas, Reino Unido e UE chegaram a um acordo histórico em 24 de dezembro sobre como negociarão após o Brexit. A UE buscou manter a competição justa com o Reino Unido ao pedir que o país siga as normas do bloco.

Os comentários de Beaune devem desagradar o governo britânico, e não seria a primeira vez.

O gabinete de Boris Johnson chegou a pedir ao presidente Emmanuel Macron para limitar os comentários de Beaune sobre o Brexit nas redes sociais, depois de o secretário postar um vídeo do primeiro-ministro britânico dizendo que os estudantes do programa Erasmus estariam protegidos, o que implicaria que Johnson não teria cumprido sua promessa, de acordo com o semanário francês Canard Enchaîné. E compartilhou um artigo sobre pescadores do Reino Unido decepcionados com o resultado do Brexit.

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“Estou sempre pensando em meus tuítes, mas eles não são determinados por influência estrangeira”, disse Beaune em entrevista na segunda-feira.

Sobre o mercado europeu de serviços financeiros, Beaune disse que cabe à UE decidir sobre o tipo de acesso que deseja dar ao Reino Unido. As negociações devem começar em breve para um acordo que determinará os contornos da cooperação regulatória entre o bloco e o governo britânico. O setor foi em grande parte marginalizado no acordo do Brexit fechado no mês passado.

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bloomberg@moneytimes.com.br