Renda fixa: Títulos pós-fixados seguem como melhor escolha, diz analista da Empiricus; veja onde investir

Com a taxa básica de juros em patamar elevado e incertezas persistentes no cenário externo e doméstico, os títulos pós-fixados continuam sendo a melhor alternativa dentro da renda fixa, especialmente para investidores mais conservadores.
A avaliação é de Lais Costa, analista da Empiricus Research, que vê pouco espaço para exposição a prefixados neste momento e aponta boas oportunidades nos papéis atrelados à inflação — desde que se respeite o perfil de risco de cada investidor.
“Para uma pessoa conservadora, os títulos pós-fixados de curto prazo ainda são uma excelente opção: baixa volatilidade, retorno e liquidez altos”, afirma a especialista.
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Tesouro Direto: Taxas em queda
Nos últimos dias, a queda nas taxas do Tesouro Direto, especialmente nos papéis prefixados, chamou a atenção do mercado. Mas, para a analista, esse movimento está mais ligado ao ambiente externo do que a uma mudança estrutural nos fundamentos domésticos.
“Os prefixados têm seguido uma dinâmica externa. Após o aprofundamento das tensões comerciais, gerou-se o consenso de que os EUA entrarão em recessão e que, em algum momento, o Federal Reserve atuará reduzindo as taxas de juros”, explica.
Na prática, essa reprecificação dos juros americanos impacta diretamente os mercados ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Apesar de alguns fatores técnicos, como os leilões do Tesouro Nacional, influenciarem momentaneamente a precificação dos papéis, o que deve continuar ditando o rumo da renda fixa é o cenário internacional e a percepção sobre a política fiscal do país.
“O que importa para a precificação de longo prazo é a dinâmica dos juros nos EUA e o compromisso fiscal por aqui”, reforça a especialista.
A expectativa de Lais é que o ciclo de alta da Selic esteja próximo do fim. Contudo, ela não vê espaço para cortes de juros no curto prazo.
“Dada a elevação da probabilidade de recessão nos EUA, é provável que a próxima reunião do Copom seja a última de elevação da Selic no ano. Mas, com a atividade interna ainda forte e expectativas de inflação desancoradas, o Banco Central deve ter pouco espaço para iniciar um ciclo de queda nos juros já em 2025”, afirma.
Renda fixa também exige cautela
A analista destaca que os papéis atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045, estão com taxas atrativas, mas é preciso cautela:
“Títulos IPCA+ de vencimento longo geram volatilidade para o portfólio. Embora as taxas estejam interessantes, o investidor precisa ficar atento ao tamanho dessas posições”.
Segundo ela, um bom portfólio hoje, para a pessoa física, pode combinar títulos pós-fixados de curto prazo (Tesouro Selic 2028) com Tesouro IPCA+ 2045, sem precisar adicionar risco nos prefixados no momento.