Renner (LREN3) lucra mais no 3T25, mas ações caem na Bolsa; saiba o que desagradou o mercado
Negociadas dentro do Ibovespa, as ações da Lojas Renner (LREN3) recuam forte nesta sexta-feira (7) e figuram entre as maiores queda da Bolsa.
Por volta das 11h50 (horário de Brasília), os papéis da varejista caíam quase 2,5%, cotados a R$ 14,20. Acompanhe o tempo real.
A queda ocorre um dia após a companhia divulgar lucro líquido de R$ 279,4 milhões no terceiro trimestre (3T25), um crescimento de 9,4% sobre o resultado obtido um ano antes.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 594 milhões de julho a setembro, 2,9% acima do mesmo período de 2024.
Apesar do crescimento, a Ágora Investimentos avaliou que os números vieram abaixo do esperado, com desaceleração nas vendas em mesmas lojas (SSS), que avançou apenas 3,1% em base anual, inferior à expectativa de 4% a 5% do mercado.
A corretora atribuiu a performance mais fraca ao clima frio e à maior exposição da Renner à região Sul, o que prejudicou a transição para a coleção de verão.
“O balanço reforça preocupações sobre a capacidade da companhia de enfrentar desafios externos e capturar os benefícios esperados de suas iniciativas estratégicas”, afirmou a casa.
Segundo a Ágora, embora a margem bruta e a operação financeira tenham mostrado resiliência, o fraco desempenho de vendas e a menor alavancagem operacional devem pesar sobre as ações no curto prazo.
“Acreditamos que a tese segue mais dependente do pano de fundo macroeconômico e setorial neste momento, o que limita catalisadores relevantes. Mantemos recomendação neutra, à espera de sinais mais claros de retomada de crescimento e execução consistente frente aos desafios do segmento.”
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Visão da XP
A XP Investimentos também avaliou que a varejista apresentou números mais fracos, com Ebitda ajustado 7% abaixo da estimativa interna.
De acordo com a corretora, as maiores despesas com SG&A (vendas, gerais e administrativo), principalmente relacionadas a pacotes de benefícios para funcionários e custos de ocupação mais altos, fizeram com que a margem Ebitda ajustada do varejo caísse 0,5 ponto percentual.
A casa destacou, contudo, que a empresa já iniciou um plano de eficiência para reduzir gastos operacionais.
“Embora reconheçamos que o clima teve um papel importante para conter o crescimento da receita, os resultados devem aumentar as preocupações dos investidores com as perspectivas da companhia, especialmente porque ela já possui a maior produtividade entre os pares”, escreveu a XP.
A instituição também observou que a varejista não detém mais a maior margem bruta no setor de vestuário, posição agora ocupada pela Guararapes (GUAR3).
“A proposta de valor da C&A Modas (CEAB3) e Guararapes está em constante melhoria, e o clima deve continuar sendo um fator adverso de curto prazo para a Renner”.