AgroTimes

Representatividade marginal dos açougues anulará corte de ICMS anunciado por Doria

17 mar 2021, 15:43 - atualizado em 17 mar 2021, 15:47
Carnes
Corte do ICMS sobre a carne em São Paulo não gera muitas expectativas (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Do pacote de ajuda que o governador João Doria está oferecendo aos paulistas, para atenuar os efeitos da crise sanitária abalroando mais a economia semiparalisada, a redução do ICMS sobre a carne não eleva de cara as expectativas positivas.

O corte de 13,3% para 7%, que era o vigente em janeiro, vai ser apenas para os açougues e pequenos estabelecimentos.

A partir de 1º de abril – quando entrará em vigor também a alíquota zero para o leite e uma linha de crédito de R$ 100 milhões para pequenos comércios e serviços -, ficarão de fora os supermercados.

A decisão do governo de São Paulo atinge apenas o varejo de carne enquadrado no Simples. Ajuda, mas a capilaridade é das mais restritas.

Essa categoria de lojas tem quase nada de representatividade no mercado. Praticamente desapareceram, salvo nas periferias e pequenas cidades, em movimento semelhante ao das padarias, que sucumbiram quando os pontos de vendas de autosserviço também passaram a vender pães.

Mesmo assim, a pulverização de supermercados há alguns anos chegou nessas localidades. Além disso, com margens praticadas muito acima das lojas maiores, que possuem maior capacidade de compras em volume, espantam a freguesia.

O máximo que pode se esperar é que esses estabelecimentos consigam, agora, um pouco mais de poder de venda e uma proximidade maior dos seus preços com os dos supermercados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

StoneX

Caio Toledo Godoy, consultor da StoneX, avisa que talvez seja cedo para uma avaliação, apesar de concordar com a pequena capilaridade dos açougues.

“Temos que aguardar para ver se o corte do ICMS vai, de fato, ser repassado para o consumidor e se, em caso positivo, vai resultar em aumento de consumo”, diz.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.