Economia

O capitalismo falhou? Crise do coronavírus deixará o mundo “mais estatal”

09 maio 2020, 11:02 - atualizado em 09 maio 2020, 17:58
Nova York
O objetivo da mobilização de vários trilhões de dólares em escala de guerra é impedir que uma recessão se transforme em depressão (Imagem: REUTERS/Mike Segar)

Após a pandemia de coronavírus, os mercados financeiros nunca mais serão os mesmos.

Autoridades públicas correram para colocar um piso sob a economia mundial em uma intervenção tão abrangente que transformará o próprio núcleo do capitalismo nos próximos anos.

Uma longa lista de medidas que pareceriam extraordinárias apenas algumas semanas atrás foi implantada quando bancos centrais ofereceram empréstimos a uma gama sem precedentes de tomadores e ministros das Finanças disseram que arcariam com os custos das folhas de pagamento.

Companhias aéreas, petroleiras e outras indústrias problemáticas estão na fila para resgates, enquanto bancos são pressionados para suspender o pagamento de dividendos.

Há até discussões sobre os dois braços da política econômica se unirem para monetizar a dívida pública.

O objetivo da mobilização de vários trilhões de dólares em escala de guerra é impedir que uma recessão se transforme em depressão.

Mas também é provável que mude a dinâmica das indústrias e dos mercados, já que os preços que antes eram guiados pelo comércio aberto agora são mais influenciados pela mão visível dos formuladores de políticas.

E a história sugere que ainda há um longo caminho até que tais medidas sejam desfeitas, se é que serão.

“Há uma boa chance de que governos e bancos centrais não reduzam sua presença dominante nos mercados depois que a crise passar”, disse Jerome Jean Haegeli, economista-chefe do Swiss Re Institute, em Zurique, que também trabalhou no Banco Nacional Suíço e Fundo Monetário Internacional.

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bloomberg@moneytimes.com.br

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