“Restos de Rico”: Importados com alta rodagem perdem pouco preço no mercado de seminovos

Conhecidos jocosamente pela sigla “RR” (que significa restos de rico) por lojistas de carros usados, o grupo de carros importados com alta rodagem tiveram um desempenho surpreendente no mercado de seminovos.

Entre 2022 e 2023, veículos como a BMWs X5 e X3, lançadas entre 2003 e 2009, e a Land Rover Freelander, ano-modelo 2011, foram na contramão da desvalorização.

O “achado” foi da Mobiauto, consultoria especializada em veículos, que foi ao marketplace da Autotech para investigar as cotações dos principais modelos deste segmento peculiar.

A partir da apuração da cotação de 104 carros usados, com anos-modelos variando entre 2003 a 2017, a consultoria encontrou modelos de nove montadoras: Audi, BMW, Jeep, Land Rover, Mercedes-Benz, Mini, Porsche, Volkswagen e Volvo.

E, apesar de a maioria dos veículos provavelmente estarem na segunda ou terceira geração de donos, os RR’s tiveram desvalorizações bem aceitáveis. Na média, os veículos apresentaram 4,06% de depreciação no último ano.

Na mesma janela de comparação, carros muito mais novos, como o Volkswagen Polo, T-Cross e o Fiat Mobi tiveram tombos maiores que alguns destes importados com alta rodagem.

“Imagine que você adquire um SUV de R$ 80 mil, como um BMW X3. E ele perde cerca de R$ 4 mil em um ano. É um valor bem aceitável”, diz Saint Clair Castro Jr., economista e CEO da Mobi Auto.

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Houve, inclusive, modelos que tiveram o mérito de apresentar valorização entre 2022 e 2023. Confira:

(Fonte: Mobiauto)

Por outro lado, também foram constatados veículos que tiveram depreciações consideráveis entre 2022 e 2023. A lista “negativa” é encabeçada pelo Land Rover Discovery, modelo 2008, que perdeu quase 18% de valor no último ano.

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Mas afinal, os carros “RR” valem a pena?

Com indicativo de bom desempenho de luxuosos rodados no mercado de seminovos, a pergunta que fica é: comprar um “RR” é um bom negócio?

Segundo Castro Jr., a responda é: depende. Para o especialista, há boas oportunidades no mercado, mas o consumidor precisa estar atento ao colateral dos custos de manutenção.

“Todo mundo sabe que o maior problema que acomete esses modelos é o custo de manutenção. Multiplicam-se artigos e vídeos na internet que alertam sobre os custos dos reparos desses modelos”, adverte Castro Jr.

“Um carro com 100 mil km rodados já exige uma revisão preventiva que, no caso de modelos high end como esses, pode passar de R$ 5 mil”, complementa o CEO da Mobiauto.

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Nesse sentido, mais do que em qualquer outro segmento, a compra de um RR precisa ser acompanhada por um mecânico de confiança a fim de evitar sustos maiores na hora de fazer a manutenção.