Cosan (CSAN3): Após prejuízo quadruplicar, analistas destacam “pressão da alavancagem”

A Cosan (CSAN3) trouxe no segundo trimestre de 2025 (2T25) um prejuízo líquido de R$ 946 milhões, mais do que quadruplicando na base anual. Analistas destacaram que o resultado veio pressionado pela alta da alavancagem.
“A alavancagem ajustada pró-forma da Cosan encerrou o 2T25 em 3,4x (alta ante 2,8x no 1T25), principalmente devido ao aumento da dívida líquida combinado com a redução do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizaçã, na sigla em inglês) dos últimos 12 meses no período”, fala o time do Itaú BBA, encabeçado por Monique Natal.
A dívida líquida dos negócios da Cosan saltou de R$ 56,9 bilhões no segundo trimestre de 2024 para R$ 71,5 bilhões em junho deste ano. Apesar de a holding ter diminuído seu próprio endividamento, de R$ 25,5 bilhões para R$ 21,5 bilhões, a performance das controladas pesou.
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A Raízen (RAIZ4), controlada pela empresa, foi o destaque negativo. A alavancagem da sucroalcooleira disparou, chegando a 4,5x, crescendo mais que o dobro na comparação anual, sendo que a dívida líquida saltou para R$ 49,2 bilhões, de R$ 31,6 bilhões um ano antes
Durante teleconferência de resultados, realizada nesta sexta, executivos da Cosan declararam que buscam um sócio estratégico para a Raízen e que consideram a venda de ativos. No primeiro semestre de 2025, a companhia já vendeu a usina Leme e a MB, além de ter hibernado a Santa Elisa.
Do lado operacional, os analistas do Itaú BBA declararam que o Ebitda ajustado da Cosan surpreendeu positivamente, principalmente devido ao reconhecimento de indenizações parciais pelo incêndio na planta da Moove.
“O momento desse reconhecimento foi inesperado e exige um entendimento mais aprofundado. Apesar da adição ao Ebitda reportado da Moove, o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses da Cosan caiu, e, combinado com um aumento da dívida líquida, resultou na elevação da alavancagem”, pontuam.