Commodities

Reversão do déficit em 2020 pode pressionar minério de ferro

27 set 2019, 7:47 - atualizado em 27 set 2019, 7:47
Aço Siderurgia
Expectativa de menor demanda deve derrubar cotação, segundo a maior fabricante de produtos de aço especiais da China (Imagem: Reuters/Damir Sagolj)

O preço do minério de ferro deve cair em 2020 com a reversão do déficit global e a expectativa de menor demanda, segundo a maior fabricante de produtos de aço especiais da China, previsão que reforça a perspectiva de cotações mais baixas após um ano tumultuado para a commodity.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Os preços do minério de ferro devem entrar em tendência de queda no ano que vem”, disse em entrevista Liu Wenxue, assistente do presidente e gerente-geral do centro de compras da CITIC Pacific Special Steel Holdings.

Segundo ele, não haverá déficit, enquanto os gastos com aço já atingiram um pico e desaceleraram, disse Liu em Qingdao, acrescentando que a guerra comercial também pode ser um empecilho.

O minério de ferro atingiu o maior nível em cinco anos em julho após cortes de oferta no primeiro semestre no Brasil e na Austrália, o que desencadeou uma disputa por suprimentos entre as usinas.

Desde então, os preços devolveram parte dos ganhos, e há expectativas de novas baixas em 2020 com a redução do déficit. Tanto o Morgan Stanley quanto o Macquarie classificam o minério de ferro entre suas commodities menos preferidas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A guerra comercial pode ser uma questão de longo prazo e tem um impacto negativo em todos os países”, disse Liu. Na China, as políticas de restrição do inverno – obrigatórias para a produção de aço com o objetivo de combater a poluição – “são rigorosas e precisamos esperar e ver sua implementação, o que terá um grande impacto no minério de ferro”, disse.

O preço spot de referência foi negociado a US$ 90,80 a tonelada na quinta-feira, depois de atingir US$ 127,15 em julho, de acordo com a Mysteel Global. Em 2019, a média é de cerca de US$ 95, em comparação com menos de US$ 70 em 2018. “Acho que, no próximo ano, os preços do minério de ferro serão semelhantes aos de 2018”, disse Liu.

O mercado transoceânico deverá conseguir um “pequeno superávit” no segundo semestre do próximo ano, com a recuperação da produção da Vale (VALE3) e menor fabricação de aço da China, na avaliação do Morgan Stanley.

O governo da Austrália, o maior exportador de minério de ferro do mundo, previu que os preços sem frete incluso (free on board) cairão para US$ 61,40 a tonelada no próximo ano e US$ 57,50 em 2021. Essa perspectiva deve ser atualizada na segunda-feira.

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br