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Rio Bravo prevê juro abaixo de 7% em 2018, mas alerta para risco fiscal

11 dez 2017, 14:35 - atualizado em 11 dez 2017, 14:35

A taxa básica de juro deve terminar o ciclo de queda em 6,75% ao ano no início de 2018, mesmo sem a reforma da Previdência, segundo avaliação do economista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini. A permanência da Selic em nível baixo, no entanto, vai depender de evolução do quadro fiscal do Brasil.

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“A situação da inflação corrente e das expectativas não vai mudar muito no curto prazo. O risco é na inclinação da curva, nas expectativas mais longas, talvez no preço do dólar que possa estar um pouco mais alto. Mas acho que este fim do [Comitê de Política Monetária] Copom não vai depender tanto da Previdência“, afirmou Buccini em entrevista ao Money Times.

Ao reduzir o juro de 7,5% para 7% ao ano no último encontro de 2017 do Copom na semana passada, o Banco Central trouxe uma mensagem de cautela na condução da política monetária, mais suscetível a mudanças no cenário até a próxima reunião em 7 de fevereiro de 2018.

Para o economista da Rio Bravo, mesmo sob o risco de turbulência nos preços neste fim de ano em caso de derrota do governo em aprovar a reforma da Previdência, haverá tempo para as coisas se assentarem até a próxima reunião, ainda que em um novo patamar.

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Até lá, ele pede atenção ao Relatório Trimestral de Inflação que será divulgado no dia 21 de dezembro contendo os modelos e perspectivas da autoridade monetária. Nessa administração do BC, a ata da última reunião, que será conhecida na terça-feira (12), não tem apresentado novidades em relação ao comunicado divulgado após a decisão.

Ao contrário da expectativa da equipe da Rio Bravo, os economistas de mercado seguem prevendo Selic em 7% ao ano ao fim de 2018, segundo o relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (11). Já a mediana para a inflação neste ano caiu de 3,03% para 2,88% e ficou em 4,02% para 2018. “Tudo indica que, apesar de algumas pressões pontuais, o IPCA deve continuar tranquilo”, observa Buccini.

Risco fiscal

No mercado de juros futuros, as taxas recuavam nesta segunda-feira, também beneficiadas pelo noticiário ao longo do fim de semana a respeito da reforma da Previdência. Por ora, a aposta é de inicio das discussões na Casa na quinta-feira (14) e possível votação na próxima semana. O contrato DI para janeiro de 2019 chegou a cair a 6,98%, na mínima, enquanto o para janeiro de 2023 estava em 10,07%.

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É natural em um ciclo de política monetária que o juro básico brasileiro volte a subir em algum momento – eventualmente por um bom motivo: a recuperação mais rápida que o esperado na economia. Mesmo assim, ele poderia prosseguir em um nível mais baixo do que no passado.

Nos cálculos do economista-chefe da Rio Bravo, em um “ciclo normal”, a Selic subiria para 8,5% ao ano entre o fim de 2018 e início de 2019. A título de comparação, no passado recente, em meio à “nova matriz macroeconômica” do governo petista, depois de cair a 7%, a Selic voltou para 14%.

Na trajetória do juro, há eleições e incertezas sobre o ajuste fiscal no meio do caminho. “O Brasil está em uma situação fiscal ainda delicada. Digamos que o paciente parou de piorar, mas ainda está na UTI e os médicos estão ainda debatendo qual é o melhor tratamento.”

Buccini enfatiza a necessidade de aprovar uma mudança nas regras de aposentadoria e aponta para a ausência de “algum ajuste fiscal de curto prazo”. Afinal, o deficit primário vai ficar entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões por três anos seguidos. Por outro lado, o próprio ciclo atual de baixa na Selic contribui para aliviar o drama fiscal pelo efeito na taxa de juro embutida na dívida.

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conrado.mazzoni@moneytimes.com.br
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