Agronegócio

Risco de imposto para trigo da Rússia preocupa tradings

12 jan 2021, 16:35 - atualizado em 12 jan 2021, 16:35
Trigo
A Rússia disse que irá avaliar nesta semana se ajusta um imposto de exportação planejado para o mês que vem (Imagem: Pixabay)

A ameaça da Rússia de aumentar as restrições à exportação de trigo para proteger o abastecimento de alimentos no país assusta tradings e levou o Egito a adotar a atípica medida de cancelar uma licitação para comprar o grão.

A Rússia disse que irá avaliar nesta semana se ajusta um imposto de exportação planejado para o mês que vem em meio ao receio de que a medida não tenha sido suficiente para manter os altos preços domésticos sob controle. O Egito, seu principal cliente, recebeu ofertas do menor número de empresas desde junho a preços altos. Isso fez com que a licitação fosse cancelada.

O baixo número de participantes destaca como medidas protecionistas nos mercados de grãos aumentam as preocupações sobre a oferta global mais restrita. Os futuros de referência do trigo, milho e soja estão perto das máximas em seis anos, pois o clima adverso ameaça as safras e os principais fornecedores de grãos, como Rússia e Argentina, tentam limitar os embarques para controlar os preços dos alimentos.

“As tradings vão jogar na defensiva, visto que o aumento da taxa de exportação russa pode mudar o preço do trigo que terão que transportar e exportar para fora da Rússia”, disse Carlos Mera, analista sênior do Rabobank. “Esperaria que qualquer aumento das taxas resulte em exportações menores no futuro.”

O Egito compra a maioria do trigo da Rússia, o maior exportador mundial. O país recebeu apenas uma oferta de grãos da Rússia na terça-feira, que estava bem acima dos preços de suprimentos da Romênia e da França, de acordo com tradings que pediram para não serem identificadas. Na última licitação, em meados de dezembro, 10 empresas ofereceram trigo. O Egito cancelou licitações apenas algumas vezes nos últimos anos.

Medidas protecionistas

Na segunda-feira, a Argentina suspendeu uma proibição temporária de embarques de milho e, em vez disso, optará por um limite diário de vendas até a próxima safra de março para proteger o abastecimento local. No entanto, agricultores irritados com a suspensão original seguiram em frente com uma greve de comércio de três dias.

“Temos a questão do clima e, além disso, tem política, uma tempestade perfeita,” disse Benjamin Bodart, analista de grãos da Agritel, uma unidade da Argus Media. “Esperávamos algum tipo de redução da demanda, mas que ainda não se materializou de verdade. Grandes importadores estão tentando garantir mais alimentos.”

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