Giro do Mercado

Risco de paralisação no governo dos EUA causa incerteza e volatilidade, diz analista; investidores de olho em Brasília

30 set 2025, 13:49 - atualizado em 30 set 2025, 13:49

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O pregão desta terça-feira (30), marcado por grande volatilidade, atesta a mudança de humor dos investidores. Segundo Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, o mercado começou o dia descolado do cenário internacional, mas voltou a acompanhar o exterior com a divulgação de indicadores de emprego dos Estados Unidos.

Em entrevista ao Giro do Mercado, apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista destacou que a prévia do payroll, que aponta o momento do mercado de trabalho norte-americano, veio um pouco acima do esperado.

“O Federal Reserve deve continuar essa flexibilização monetária, cortando juros. Mas com alguma cautela, porque esses dados ainda mostram algum desconforto”, afirmou.

Passos ressaltou que o dado oficial do Payroll, na sexta-feira, será decisivo para calibrar as expectativas de política monetária americana e, consequentemente, o fluxo para emergentes.

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No entanto, a própria divulgação dos dados está em xeque, devido a disputa travada por Republicanos e Democratas sobre gastos e prioridades, sem um acordo para prorrogar o financiamento da máquina pública.

O especialista comentou sobre o risco de “shutdown“, ou paralisação, do governo dos EUA, que está no radar das preocupações do mercado. Segundo ele, a questão deve ser resolvida até o final da semana, mas pressiona o dólar e as bolsas globais hoje.

“Você vê hoje um dólar mais fraco muito por causa dessa incerteza com relação ao shutdown, além de uma fraqueza nas Treasuries. Esses ruídos políticos acabam pressionando ativos de risco de forma geral”, afirmou.

Investidores domésticos de olho em Brasília

No cenário doméstico, Passos destacou a importância das pautas em Brasília, em especial a MP 1303, que trata da tributação de ativos isentos, e a reforma do Imposto de Renda.

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“É um desafio muito forte, sobretudo para a bancada do agro. O fato é que o governo precisa de recursos para arcar com as despesas, então provavelmente o texto deve dar sequência ao longo da semana”, disse.

Segundo ele, o mercado já começou a se posicionar de olho nos ativos que devem manter isenção, como debêntures de infraestrutura, CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio).

“A tributação deve focar em LCI (Letra de Créditos Imobiliários) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). Já os ativos corporativos devem continuar isentos, ao menos nas emissões até o fim do ano”, afirmou.

O programa ainda abordou os dados das contas públicas do Brasil, o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.