Economia

Ritmo de contração do setor de serviços enfraquece em agosto, mostra PMI

03 set 2025, 10:39 - atualizado em 03 set 2025, 10:39
Pessoas fazem exercício na praia do Arpoador, Rio de Janeiro 29/07/2025. REUTERS/Pilar Olivares
(Imagem: REUTERS/ Pilar Olivares)

O ritmo de contração do setor de serviços do Brasil enfraqueceu em agosto e a atividade se aproximou da estabilização no mês, com melhora nas expectativas embora tenha havido nova onda de demissões, mostraram dados da pesquisa Índice de Gerentes de Compras divulgada nesta quarta-feira (3).

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O PMI de serviços, compilado pela S&P Global, subiu a 49,3 em agosto, de 46,3 em julho, aproximando-se da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Com a queda da indústria brasileira se aprofundando em agosto, a melhora dos serviços ajudou o PMI Composto do Brasil a subir a 48,8 em agosto, de 46,6 no mês anterior.

“Apesar dos desafios persistentes enfrentados pelas empresas do setor privado brasileiro, foi encorajador ver que os dados da pesquisa de agosto indicaram quedas menos severas na atividade de negócios e nos novos pedidos. Essa tendência é particularmente evidente na economia de serviços, que tem o potencial de mitigar algumas das fraquezas mais acentuadas decorrentes do setor industrial”, ressaltou em nota a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Ela ressaltou, entretanto, o cenário de incertezas para a atividade à frente, depois de terem entrado em vigor no início de agosto tarifas de 50% adotadas pelos Estados Unidos sobre uma série de produtos brasileiros que representam cerca de 36% das vendas do Brasil ao país norte-americano, incluindo carne, café, frutas e calçados.

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“Vários fatores, incluindo altos custos de empréstimos, inflação sustentada, escassez de novos negócios e política tarifária dos EUA, sugerem que as empresas brasileiras podem continuar enfrentando obstáculos significativos à medida que nos aproximamos do final de 2025”, disse De Lima.

Em agosto, as vendas no setor de serviços diminuíram pelo quinto mês seguido, mas a um ritmo mais moderado do que no mês anterior. De acordo com as empresas, a redução da demanda e a concorrência acirrada prejudicaram as vendas em suas unidades.

Os fornecedores de serviços se mostraram mais otimistas em relação às perspectivas de crescimento, prevendo níveis de atividade mais elevados ao longo dos próximos 12 meses em meio a expectativas de tendências melhores de demanda.

Mudanças na legislação, investimentos, novas parcerias e eventos planejados foram mencionados na pesquisa como oportunidades de crescimento.

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Ainda assim, a falta de novos trabalhos provocou mais uma onda de demissões em agosto, no ritmo mais intenso em quase quatro anos e meio. Os participantes da pesquisa associaram o movimento a medidas de redução de custos e à diminuição da carga de trabalho.

Em relação aos preços, a intensificação da inflação dos custos de insumos contrastou com um avanço mais fraco dos preços cobrados.

Em meio a relatos de uma carga tributária maior, ajustes nos preços de tabela dos fornecedores, taxas de câmbio desfavoráveis e acordos sindicais, as despesas operacionais aumentaram novamente em agosto no setor de serviços, apontou a pesquisa.

Algumas empresas optaram por repassar parte de suas despesas adicionais aos clientes, aumentando os preços de venda, mas outras foram impedidas de fazê-lo devido às condições competitivas. No geral, os preços cobrados na prestação de serviços subiram a um ritmo mais moderado do que em julho.

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“As empresas estão lutando com a necessidade urgente de manter preços competitivos diante dos aumentos acentuados nos custos de insumos. Essa situação não apenas representa riscos para a demanda do consumidor, que já está frágil, mas também complica as decisões de política monetária daqui para frente”, disse De Lima.

O Banco Central manteve em julho a taxa Selic em 15% e indicou que ela deverá permanecer nesse patamar por período prolongado.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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