França

Roubo no Louvre: ladrões levam joias históricas, mas deixam para trás o diamante mais caro da coleção

20 out 2025, 15:30 - atualizado em 20 out 2025, 15:30
Tiara do conjunto de joias da rainha Marie-Amélie e da rainha Hortense • DivulgaçãoMuseu do Louvre
Em um roubo digno de filme, criminosos levaram oito joias históricas da coroa francesa no Museu do Louvre, em Paris — mas deixaram para trás o diamante Régent, avaliado em mais de US$ 60 milhões.

Um dos maiores roubos da história recente ocorreu em Paris. Em uma ação rápida e cuidadosamente planejada, criminosos invadiram a Galerie d’Apollon, no dia 19 de outubro de 2025, e levaram oito joias valiosas da coroa francesa que estavam em exibição no Museu do Louvre.

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Apesar do crime ousado, o diamante Régent, avaliado em mais de US$ 60 milhões (cerca de R$ 377 milhões), não foi levado. A pedra preciosa é considerada a mais valiosa da coleção.

O ministro do Interior da França, Laurent Nuñez, lamentou o episódio e afirmou que as peças tinham um “valor inestimável”. “Eles claramente fizeram um reconhecimento prévio. Parecem muito experientes. Essas joias eram um verdadeiro patrimônio”, disse o ministro.

O que foi levado do Louvre

Diadema, colar e brincos de safira

O conjunto de diamantes e safiras roubado do Louvre tem brilho digno da realeza. As peças foram usadas por nomes como Hortense de Beauharnais, rainha da Holanda; Marie-Amélie, rainha consorte da França; e Isabelle d’Orléans, duquesa de Guise.

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O destaque é o diadema, um adorno de cabeça tradicional usado pela nobreza, composto por 24 safiras do Ceilão e 1.083 diamantes. Segundo o museu, as pedras podem ser destacadas e usadas como broches.

A origem exata do conjunto é desconhecida, mas especialistas acreditam que ele possa ter pertencido à rainha Maria Antonieta. Mesmo sem assinatura de grandes joalheiros da época, o Louvre destacou que as joias representam o refinamento dos artesãos parisienses do início do século XIX.

Brincos do do conjunto de joias da rainha Marie-Amélie e da rainha Hortense • DivulgaçãoMuseu do Louvre
Brincos do conjunto de joias da rainha Marie-Amélie e da rainha Hortense • Divulgação/Museu do Louvre
Tiara do conjunto de joias da rainha Marie-Amélie e da rainha Hortense • DivulgaçãoMuseu do Louvre
Tiara do conjunto de joias da rainha Marie-Amélie e da rainha Hortense • Divulgação/Museu do Louvre
Colar do conjunto de joias da rainha Maria Amélia da França e da rainha Hortense • DivulgaçãoMuseu do Louvre
Colar do conjunto de joias da rainha Maria Amélia da França e da rainha Hortense • Divulgação/Museu do Louvre

 

Colar e brincos de esmeralda da esposa de Napoleão

O conjunto ornamentado foi um presente de casamento de Napoleão Bonaparte à sua segunda esposa, Maria Luísa da Áustria, em março de 1810.

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Criadas pelo joalheiro François-Régnault Nitot, as peças reúnem 32 esmeraldas lapidadas e 1.138 diamantes. Após o colapso do Império Napoleônico, Maria Luísa deixou o conjunto — que incluía uma tiara, colar e brincos — como herança a um parente.

Mais tarde, a tiara foi vendida e modificada: um colecionador americano substituiu as esmeraldas por turquesas, e a peça hoje integra a coleção do Smithsonian, nos Estados Unidos. Já o colar e os brincos mantiveram sua forma original e foram adquiridos pelo Louvre em 2004 por cerca de 3,7 milhões de euros (R$ 23,1 milhões).

Colar de esmeraldas do conjunto Marie-Louise • Divulgação/Museu do Louvre
Colar de esmeraldas do conjunto Marie-Louise • Divulgação/Museu do Louvre
Par de brincos de esmeralda do conjunto Marie-Louise • Divulgação/Museu do Louvre
Par de brincos de esmeralda do conjunto Marie-Louise • Divulgação/Museu do Louvre

Broche da imperatriz Eugénie

A imperatriz Eugénie de Montijo, esposa de Napoleão III, foi a primeira dona de um broche relicário de diamantes criado especialmente para ela.

Produzida em 1855 pelo joalheiro Paul-Alfred Bapst, a peça reflete o gosto refinado da imperatriz, considerada uma das mulheres mais elegantes do século XIX. O broche contém uma relíquia sagrada, símbolo de sua fé católica, e é composto por 94 diamantes, incluindo os históricos Mazarin 17 e 18, doados originalmente ao rei Luís XIV pelo cardeal Mazarin em 1661.

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O verso dourado traz gravuras de folhagens e folhas, reforçando o trabalho artesanal da época. O Louvre adquiriu o broche em 1887, e ele fazia parte das joias da coroa francesa.

Broche relicário roubado do Museu do Louvre, em Paris • Divulgação/Museu do Louvre
Broche relicário roubado do Museu do Louvre, em Paris • Divulgação/Museu do Louvre

Diadema de pérolas e broche de diamantes

O broche de prata, ouro e diamantes originalmente fazia parte de um cinto com cerca de 4 mil pedras preciosas, exibido na Exposição Universal de 1855.

Criado pelo joalheiro François Kramer, o cinto foi usado por Eugénie em dois eventos históricos: a visita da Rainha Vitória ao Palácio de Versalhes, em 1855, e o batismo do Príncipe Imperial, em 1856.

Mais tarde, a imperatriz mandou transformar o cinto em um broche, adicionando borlas de diamantes em cascata, o que tornou a joia ainda mais luxuosa.

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Em 1887, o broche foi vendido em leilão ao joalheiro Émile Schlesinger, que o adquiriu por 42.200 francos franceses a pedido da socialite americana Caroline Astor, segundo a Christie’s.

A joia ficou na família Astor por mais de um século, até ser recomprada pelo Louvre em 2008, por 6,72 milhões de euros (mais de US$ 10 milhões na época), de acordo com a Fundação Napoleão.

O diadema que fazia parte do mesmo conjunto foi feito pelo joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier, em 1853, e contém 212 pérolas e 1.998 diamantes.

Broche corpete que pertenceu Eugênia, que foi roubada do Museu do Louvre • YoutubeMuseu do Louvre
Broche corpete que pertenceu Eugênia, que foi roubada do Museu do Louvre • Youtube/Museu do Louvre
Tiara da imperatriz Eugénie roubada do Museu do Louvre, em Paris • DivulgaçãoMuseu do Louvre
Tiara da imperatriz Eugénie roubada do Museu do Louvre, em Paris • Divulgação/Museu do Louvre

Coroa da imperatriz Eugénie

Os criminosos tentaram roubar a coroa da imperatriz Eugénie, mas a peça foi encontrada do lado de fora do Louvre, segundo o Ministério da Cultura da França.

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Feita de ouro ornamentado, a joia é adornada com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas. Conforme o jornal Le Parisien, a coroa foi danificada durante o roubo, mas está sob custódia das autoridades francesas.

Coroa da Imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III • DivulgaçãoMuseu do Louvre
Coroa da Imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III • DivulgaçãoMuseu do Louvre

A principal joia que ficou para trás no Louvre

Apesar da ação cinematográfica, o item mais valioso da coleção permaneceu intacto: o diamante Régent.

Descoberto na Índia em 1698, lapidado em Londres e adquirido pelo regente francês Filipe II, Duque de Orléans, em 1717, a pedra de 140 quilates é avaliada em US$ 60 milhões (R$ 377 milhões), segundo estimativas da Sotheby’s.

Diamante Régent - Divulgação Museu do Louvre
Diamante Régent – Divulgação Museu do Louvre

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Formado em Jornalismo pela PUC-SP, atua como repórter no Money Times e no Seu Dinheiro, onde também já trabalhou como analista de mídias sociais, com experiência em produção de conteúdo para diferentes plataformas digitais. Antes disso, foi repórter no site Monitor do Mercado.
otavio.rodrigues@seudinheiro.com
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