Roubo no Louvre: ladrões levam joias históricas, mas deixam para trás o diamante mais caro da coleção

Um dos maiores roubos da história recente ocorreu em Paris. Em uma ação rápida e cuidadosamente planejada, criminosos invadiram a Galerie d’Apollon, no dia 19 de outubro de 2025, e levaram oito joias valiosas da coroa francesa que estavam em exibição no Museu do Louvre.
Apesar do crime ousado, o diamante Régent, avaliado em mais de US$ 60 milhões (cerca de R$ 377 milhões), não foi levado. A pedra preciosa é considerada a mais valiosa da coleção.
O ministro do Interior da França, Laurent Nuñez, lamentou o episódio e afirmou que as peças tinham um “valor inestimável”. “Eles claramente fizeram um reconhecimento prévio. Parecem muito experientes. Essas joias eram um verdadeiro patrimônio”, disse o ministro.
O que foi levado do Louvre
Diadema, colar e brincos de safira
O conjunto de diamantes e safiras roubado do Louvre tem brilho digno da realeza. As peças foram usadas por nomes como Hortense de Beauharnais, rainha da Holanda; Marie-Amélie, rainha consorte da França; e Isabelle d’Orléans, duquesa de Guise.
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O destaque é o diadema, um adorno de cabeça tradicional usado pela nobreza, composto por 24 safiras do Ceilão e 1.083 diamantes. Segundo o museu, as pedras podem ser destacadas e usadas como broches.
A origem exata do conjunto é desconhecida, mas especialistas acreditam que ele possa ter pertencido à rainha Maria Antonieta. Mesmo sem assinatura de grandes joalheiros da época, o Louvre destacou que as joias representam o refinamento dos artesãos parisienses do início do século XIX.



Colar e brincos de esmeralda da esposa de Napoleão
O conjunto ornamentado foi um presente de casamento de Napoleão Bonaparte à sua segunda esposa, Maria Luísa da Áustria, em março de 1810.
Criadas pelo joalheiro François-Régnault Nitot, as peças reúnem 32 esmeraldas lapidadas e 1.138 diamantes. Após o colapso do Império Napoleônico, Maria Luísa deixou o conjunto — que incluía uma tiara, colar e brincos — como herança a um parente.
Mais tarde, a tiara foi vendida e modificada: um colecionador americano substituiu as esmeraldas por turquesas, e a peça hoje integra a coleção do Smithsonian, nos Estados Unidos. Já o colar e os brincos mantiveram sua forma original e foram adquiridos pelo Louvre em 2004 por cerca de 3,7 milhões de euros (R$ 23,1 milhões).


Broche da imperatriz Eugénie
A imperatriz Eugénie de Montijo, esposa de Napoleão III, foi a primeira dona de um broche relicário de diamantes criado especialmente para ela.
Produzida em 1855 pelo joalheiro Paul-Alfred Bapst, a peça reflete o gosto refinado da imperatriz, considerada uma das mulheres mais elegantes do século XIX. O broche contém uma relíquia sagrada, símbolo de sua fé católica, e é composto por 94 diamantes, incluindo os históricos Mazarin 17 e 18, doados originalmente ao rei Luís XIV pelo cardeal Mazarin em 1661.
O verso dourado traz gravuras de folhagens e folhas, reforçando o trabalho artesanal da época. O Louvre adquiriu o broche em 1887, e ele fazia parte das joias da coroa francesa.

Diadema de pérolas e broche de diamantes
O broche de prata, ouro e diamantes originalmente fazia parte de um cinto com cerca de 4 mil pedras preciosas, exibido na Exposição Universal de 1855.
Criado pelo joalheiro François Kramer, o cinto foi usado por Eugénie em dois eventos históricos: a visita da Rainha Vitória ao Palácio de Versalhes, em 1855, e o batismo do Príncipe Imperial, em 1856.
Mais tarde, a imperatriz mandou transformar o cinto em um broche, adicionando borlas de diamantes em cascata, o que tornou a joia ainda mais luxuosa.
Em 1887, o broche foi vendido em leilão ao joalheiro Émile Schlesinger, que o adquiriu por 42.200 francos franceses a pedido da socialite americana Caroline Astor, segundo a Christie’s.
A joia ficou na família Astor por mais de um século, até ser recomprada pelo Louvre em 2008, por 6,72 milhões de euros (mais de US$ 10 milhões na época), de acordo com a Fundação Napoleão.
O diadema que fazia parte do mesmo conjunto foi feito pelo joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier, em 1853, e contém 212 pérolas e 1.998 diamantes.


Coroa da imperatriz Eugénie
Os criminosos tentaram roubar a coroa da imperatriz Eugénie, mas a peça foi encontrada do lado de fora do Louvre, segundo o Ministério da Cultura da França.
Feita de ouro ornamentado, a joia é adornada com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas. Conforme o jornal Le Parisien, a coroa foi danificada durante o roubo, mas está sob custódia das autoridades francesas.

A principal joia que ficou para trás no Louvre
Apesar da ação cinematográfica, o item mais valioso da coleção permaneceu intacto: o diamante Régent.
Descoberto na Índia em 1698, lapidado em Londres e adquirido pelo regente francês Filipe II, Duque de Orléans, em 1717, a pedra de 140 quilates é avaliada em US$ 60 milhões (R$ 377 milhões), segundo estimativas da Sotheby’s.
