Internacional

Roubo no Louvre, sumiço da Mona Lisa e pé-de-cabra no MASP: os grandes assaltos a museus e artes da história

20 out 2025, 12:33 - atualizado em 20 out 2025, 14:50
Imagem criada por inteligência artificial para ilustrar o roubo ao Louvre e outros assaltos a museus e a arte na história. Foto Dall-EChatGPT

O roubo no Museu do Louvre no último fim de semana parece digno de um roteiro de cinema. Em quatro minutos, um grupo de ladrões levou joias da antiga monarquia francesa, em plena manhã de domingo — e com o museu aberto ao público. O episódio dominou manchetes mundo afora, mas está longe de ser um caso isolado.

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Desde o desaparecimento da Mona Lisa até o recente sumiço de milhares de peças do Museu Britânico, roubos e saques de obras-primas são parte silenciosa e constante do próprio legado cultural mundial. A história da arte, afinal, também é feita de seus desaparecimentos.

Aliás, essa não foi a primeira vez que o Museu do Louvre se tornou palco de um roubo cinematográfico. O museu mais famoso do mundo carrega um histórico de furtos lendários — e, curiosamente, a maioria aconteceu em plena luz do dia.

Museu do Louvre. Foto iStock
Museu do Louvre. Foto iStock

O mais célebre aconteceu há mais de um século. Em 1911, um ex-funcionário do Louvre escondeu a Mona Lisa sob o casaco e saiu andando pelos corredores. A segurança era rudimentar e o desaparecimento só foi notado no dia seguinte.

O quadro de Leonardo da Vinci só reapareceu dois anos depois, quando o ladrão tentou vendê-lo. Ironicamente, foi o furto que contribuiu para transformar a pintura em símbolo universal da arte ocidental.

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Além do roubo no Louvre: outros grandes assaltos a artes na história

Mais de um século depois, o Museu Britânico enfrentou seu próprio escândalo. Cerca de 2 mil artefatos desapareceram, incluindo joias e pedras preciosas. Tudo indica que o crime foi cometido de dentro, de forma lenta e contínua.

Durante a pandemia, museus trancados e cidades vazias abriram brechas para ladrões de oportunidade. Na Holanda, o quadro “Jardim da Primavera”, de Vincent Van Gogh, foi levado durante a noite, enquanto o Museu Singer Laren estava fechado por conta do lockdown.

O pintor holandês, aliás, é um dos favoritos entre criminosos. Em 2010, sua pintura Flores de Papoula, avaliada em US$ 55 milhões, foi roubada do Museu Mohamed Mahmoud Khalil, no Egito. O sistema de alarme não funcionava — e a obra jamais foi recuperada.

Outros pintores também são reincidentes nas páginas policiais. Outra obra que já passou de mão em mão foi “O Grito“. Em 2004, ladrões armados levaram o quadro de Edvard Munch do Museu Munch, em Oslo — a segunda vez em 10 anos que a pintura foi roubada.

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"O Grito", de Edvard Munch.
“O Grito”, de Edvard Munch. Foto: Reprodução

Mas uma pintura roubada uma vez já é chocante. Imagine quatro vezes. O quadro “Jacob de Gheyn III” ganhou o apelido de “Rembrandt para viagem” após ter sido roubado em 1966, 1973, 1981 e 1983. A peça foi recuperada “após cada roubo” e continua em exposição até hoje.

Outros grandes roubos de arte 

Em termos de valor, o maior roubo de arte da história aconteceu em Boston, em 1990. Ladrões renderam os seguranças do Isabella Stewart Gardner Museum e levaram 13 obras de arte, entre elas pinturas de Rembrandt e Manet.

As autoridades dizem que, juntas, as obras valem US$ 500 milhões. Já funcionários do museu afirmam que não têm preço, porque não podem ser substituídas. 

Trinta e cinco anos depois, este assalto continua sem solução.

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O Musée Marmottan, em Paris, foi palco de um assalto ousado à luz do dia em 1985, onde ladrões armados renderam nove guardas e 40 visitantes para roubar nove obras avaliadas em US$ 20 milhões, incluindo “Impressão, Nascer do Sol”, de Claude Monet. Em 1990, todas as nove obras foram recuperadas.

Outro ataque aconteceu em 2003, com o saque ao Museu Nacional do Iraque durante a queda de Bagdá. Em meio ao caos da invasão militar ordenada pelos EUA, milhares de artefatos foram roubados, com gangues e saqueadores aproveitando o conflito para roubar o museu por dias. Embora muitos itens tenham sido recuperados, estima-se que 10 mil telas ainda estejam desaparecidas.

O Brasil também tem sua história no mundo dos grandes roubos. Em 2007, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) foi invadido por criminosos que usaram um macaco hidráulico e um pé de cabra para roubar obras de Pablo Picasso e Cândido Portinari avaliadas em US$ 50 milhões. Os quadros foram recuperados depois que um suspeito revelou o esconderijo.

Assaltos curiosos e um roubo “amador”

Há também os assaltos que ficaram famosos pelos desfechos bizarros ou motivações políticas.

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Em Manchester, 2003, obras de Gauguin, Picasso e Van Gogh foram roubadas da Whitworth Art Gallery. As peças foram encontradas em um vaso sanitário abandonado perto do museu. Os ladrões deixaram um bilhete, afirmando que nem queriam roubar os quadros, mas sim dar luz à “segurança lamentável” do museu.

Se a combinação entre arte e banheiro parece estranha, não é inédita.

Em 2019, um vaso sanitário de ouro maciço, avaliado em 4,75 milhões de libras, foi furtado do Palácio de Blenheim, no Reino Unido. O ladrão foi condenado em 2025, mas a peça — feita em 18 quilates — nunca foi localizada. A suspeita é que tenha sido derretida.

Na Holanda, em 2012, ladrões roubaram obras de Monet, Matisse e Picasso, avaliadas em US$ 100 milhões. Meses depois, a mãe de um dos criminosos alegou ter queimado as pinturas. As cinzas foram analisadas, mas nada foi comprovado. Há quem diga que ela mentiu…

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Em 1985, uma dupla de universitários provou que não era preciso ser profissional para realizar um grande golpe, mas sim estar preparado. Depois de 50 visitas ao Museu Nacional de Arqueologia, eles estudaram o terreno, esperaram o momento certo — e roubaram 124 artefatos em uma única noite.

É preciso dizer que roubos de obra de arte volta e meia trazem a lembrança de que muitas coleções foram amealhadas de maneira nebulosa, resultantes de saques e apropriações indébitas ocorridas em meio a guerras e períodos de ocupação militar.

*Com informações do National Geographic, The Week, Reuters, Independent e ArtNews.

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