Logística

Rumo atribui queda de volume, em dezembro, a “cenário atípico”; ações caem 2,52%

16 jan 2020, 20:22 - atualizado em 16 jan 2020, 20:22
Safra fora de época: Rumo destaca antecipação da colheita de milho e soja (Imagem: Divulgação/Rumo)

O mercado passou o dia quebrando a cabeça para entender o que aconteceu com a Rumo (RAIL3) em dezembro. Na noite de ontem, a empresa de logística divulgou números, referentes a dezembro, que desagradaram o Credit Suisse. O banco suíço os considerou abaixo das expectativas. Foi o bastante para que as ações encerrassem esta quinta-feira em queda de 2,52%.

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Em uma mensagem telegráfica, o Credit Suisse assim se manifestou sobre os volumes transportados pela Rumo no mês passado: “baixo das expectativas, pressionados por menos milho. Os volumes do 4T19 cairiam 3% a/a, se não fosse pelos fertilizantes e contêineres. Os volumes de 2019 ficaram em 60,1 bilhões RTK [receita de tonelada por quilômetro] , abaixo da faixa inferior de 62-64 do guidance.”

Os números a que o Credit Suisse se refere são atualizados mensalmente (sempre no décimo dia útil) pela empresa e estão disponíveis ao público na área de Relações com Investidores da Rumo. Como não foram acompanhados por comunicado ao mercado, a confusão entre os analistas foi geral ao longo do dia.

Sazonalidade atípica

O Santander também comentou os resultados. “O crescimento de volume consolidado da Rumo de 0,5% no 4T19 ficou abaixo da nossa estimativa para o 4T19, de aproximadamente 8%, levando a um crescimento em 2019 de ao redor de 7%, também um pouco abaixo da nossa estimativa e o guidance da companhia, de 9% e 10%, respectivamente.”

Estendendo-se um pouco mais, o comentário, assinado pelo analista Pedro Bruno, frisa que o resultado não é suficiente para abalar o otimismo do Santander em relação ao papel. “Reforçamos nossa visão positiva de longo prazo sobre a Rumo e reiteramos a empresa como nossa principal recomendação no setor de transportes, com um preço-alvo de R$ 30”, diz.

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Após o fechamento do pregão, a Rumo divulgou nota à imprensa, explicando o desempenho de dezembro. Segundo a empresa, “o ano de 2019 apresentou um cenário atípico de sazonalidade, com safras antecipadas de soja e milho. Isso explica a escassez do produto nos últimos meses do ano, especialmente em dezembro e no Mato Grosso.”

Veja, a seguir, a íntegra da nota à imprensa da Rumo.

“A Rumo esclarece que não vê relação direta entre os volumes transportados em dezembro e o término da pavimentação da BR-163. O ano de 2019 apresentou um cenário atípico de sazonalidade, com safras antecipadas de soja e milho. Isso explica a escassez do produto nos últimos meses do ano, especialmente em dezembro e no Mato Grosso.

Os números do Comex Stat mostram que, na comparação entre dezembro de 2019 e 2018, houve queda de 17% nas exportações de grãos daquele estado (22%, no caso específico do milho) e redução no market share mato-grossense no Porto de Santos, com uma diferença negativa de 1 milhão de toneladas de grãos (870 mil toneladas a menos de milho).

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Em contrapartida, registra-se aumento no volume mato-grossense exportado via outros portos, como Itaqui (MA) e Vitória (ES), além dos do Arco Norte, que escoam grãos de áreas onde a Rumo não tem atuação no Mato Grosso.”

Veja, também, o guidance de 2019, divulgado pela Cosan (CSAN3), a controladora da Rumo. Os números a que o Credit Suisse se referem estão na página 21.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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