Rússia atinge Ucrânia com maior ataque aéreo da guerra e incendeia o prédio do governo

A Rússia lançou seu maior ataque aéreo da guerra contra a Ucrânia durante a noite, incendiando o principal prédio do governo no centro de Kiev e matando pelo menos quatro pessoas, incluindo um bebê, disseram autoridades ucranianas neste domingo (7).
O presidente Volodymyr Zelenskiy disse que drones e mísseis mataram quatro pessoas e causaram danos no norte, sul e leste do país, incluindo as cidades de Zaporizhzhia, Kryvyi Rih e Odesa, bem como nas regiões de Sumy e Chernihiv.
“Esses assassinatos agora, quando a verdadeira diplomacia já poderia ter começado há muito tempo, são um crime deliberado e um prolongamento da guerra”, disse Zelenskiy em um post no X, fazendo novo apelo aos aliados para que reforcem as defesas aéreas ucranianas.
Logo após o nascer do sol, uma fumaça espessa pôde ser vista subindo para o céu azul claro do último andar em chamas do principal prédio do governo, localizado no histórico distrito de Pecherskyi, disseram testemunhas à Reuters.
Em outras partes de Kiev, apartamentos residenciais foram atingidos e danificados, e dezenas de moradores enrolados em cobertores se reuniram nas ruas para verificar os danos em suas casas, enquanto as equipes de resgate lutavam para apagar as chamas.
A Rússia lançou 805 drones e 13 mísseis contra a Ucrânia durante a noite, e as unidades de defesa ucranianas derrubaram 751 drones e quatro mísseis, informou a força aérea ucraniana.
Esse foi o maior número de drones que a Rússia usou para atacar o país desde que Moscou lançou sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que realizou ataques ao complexo militar-industrial e à infraestrutura de transporte da Ucrânia, de acordo com a agência de notícias Tass. Ambos os lados negam ter como alvo os civis.
O ataque ressaltou o crescente pessimismo na Ucrânia e entre os aliados de que a guerra possa ser encerrada em breve, com o presidente russo Vladimir Putin resistindo aos apelos por um cessar-fogo e encorajado pelo fortalecimento das relações com a China.
O presidente dos EUA, Donald Trump, por sua vez, expressou crescente frustração com Moscou desde que se encontrou com Putin no mês passado, mas até agora tem resistido a impor sanções mais duras à Rússia.
Na sexta-feira, ele disse que ainda estava trabalhando em garantias de segurança para a Ucrânia que, segundo ele, ajudariam a pôr fim ao conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Os aliados europeus de Kiev prometeram apoiar a Ucrânia política e militarmente, mas ofertas concretas de assistência, incluindo a possibilidade de tropas no local, ainda estão sendo discutidas.
Zelenskiy disse que conversou com o presidente francês Emmanuel Macron, coordenando esforços diplomáticos, próximos passos e contatos com parceiros.