BusinessTimes

Rússia quer mais empresas asiáticas em suas terras agrícolas

13 set 2019, 13:44 - atualizado em 13 set 2019, 13:44
Governo russo já ajudou a atrair empresas, que incluem o conglomerado chinês Legend Holdings e a China Mengniu Dairy, para investimentos no Extremo Oriente (Imagem: Andrey Rudakov/Bloomberg)

A Rússia quer que mais empresas asiáticas de alimentos usem terras agrícolas no Extremo Oriente, em uma iniciativa do país para buscar novos mercados de exportação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O governo já ajudou a atrair empresas, que incluem o conglomerado chinês Legend Holdings e a China Mengniu Dairy, para investimentos no Extremo Oriente. A Rússia agora avalia pedidos de empresas asiáticas para cultivar outros 1 milhão de hectares – uma área aproximadamente do tamanho da Jamaica, segundo o responsável de uma agência estatal.

Os investimentos conjuntos com outros países ajudarão a Rússia a impulsionar o desenvolvimento econômico em uma parte vasta e pouco povoada do país e a abrir mais mercados de exportação. Para a China, produzir mais alimentos na Rússia ajudaria suas necessidades de importação, além de fornecer outra fonte de suprimentos em meio à guerra comercial com os EUA que abalou os mercados agrícolas.

“Muitos mercados estão fechados para produtos agrícolas russos” na Ásia, disse Leonid Petukhov, presidente da Agência de Investimento e Exportação do Extremo Oriente da Rússia, em entrevista em Vladivostok. “Uma maneira de abrir os mercados é criar incentivos ou atrair investidores da China, por exemplo, para que produzam aqui, em parceria com os russos.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma joint venture russa criada pela Legend Holdings, da China, está prestes a colher sua primeira safra de soja, milho e arroz no Extremo Oriente, e planeja, futuramente, cultivar 50 mil hectares. A empresa de alimentos sul-coreana Lotte planeja aumentar sua área na região para 150 mil hectares, disse Petukhov.

No ano passado, a China abriu seu mercado de laticínios para a Rússia, o que permitiu à Zhongding Dairy Farming exportar pela primeira vez leite líquido russo para o país asiático este mês, disse Petukhov. Já a China Mengniu Dairy fechou um acordo para criar uma joint venture que pode investir até 45 bilhões de rublos (US$ 690 milhões) na construção de fazendas leiteiras no Extremo Oriente da Rússia.

Em comparação com a era soviética, apenas cerca da metade das terras agrícolas do Extremo Oriente da Rússia está atualmente sendo usada para agricultura, de acordo com Petukhov. O governo agora usa drones para ajudar a identificar terrenos vazios que seriam adequados para potenciais investimentos.

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br