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Sabesp (SBSP3): Analistas deixam de recomendar compra da ação após resultados; saiba o porquê

25 mar 2022, 11:26 - atualizado em 25 mar 2022, 11:26
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Sabesp apresentou resultados fracos, pressionados por custos operacionais e provisões ainda elevadas, avaliam analistas. (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Analistas do mercado não estão confiantes o suficiente com a tese de investimento da Sabesp (SBSP3) para recomendar a compra das ações da companhia.

Após resultados abaixo do esperado, principalmente na linha do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o Safra reforçou sua classificação “neutra”, com preço-alvo de R$ 58,70, enquanto a Genial Investimentos tirou o pé do case, rebaixando a recomendação de compra para “manter”.

Além dos números fracos do quarto trimestre de 2021, pressionado por custos operacionais e provisões ainda elevadas, a decisão da Genial de rebaixar o rating acontece por outros dois motivos:

  • Recente rali dos ativos de bolsa, reduzindo o upside (potencial de alta) dos cases sob nossa cobertura;
  • Ceticismo quanto a uma eventual privatização da empresa à medida que os principais candidatos ao governo do estado de São Paulo muito dificilmente colocariam a empresa dentro da sua pauta de privatizações caso eleitos.

“O potencial de valorização não é desprezível aos atuais níveis de preço, mas não nos sentimos confortáveis em seguir mantendo uma recomendação mais positiva se considerarmos alguns pontos”, comenta Vitor Souza, analista do setor elétrico e de saneamento da corretora, em relatório divulgado nesta sexta-feira (25).

O Safra também evita indicação de compra da ação por enxergar “baixo catalisador operacional no curto prazo”. De acordo com a instituição, o projeto de privatização da estatal seria o principal catalisador dos papéis, mas o momento ainda parece muito incerto.

O Goldman Sachs também tem recomendação neutra para o nome, com preço-alvo de R$ 45. Na opinião do banco, desconsiderando os potenciais benefícios de uma privatização, as ações da companhia já parecem bem precificadas.

O Goldman lembra que a Arsesp, agência reguladora de São Paulo, aprovou o reajuste tarifário anual de 12,8% da Sabesp, com elementos positivos, No entanto, o reajuste não incorpora a nova estrutura tarifária, que, na opinião dos analistas, poderia ter providenciado um aumento potencialmente maior.

A Sabesp reportou lucro líquido de R$ 567,5 milhões no quarto trimestre, queda de 31,7% em relação ao mesmo período de 2020. No acumulado do ano, o lucro saltou 136,9%, totalizando R$ 2,3 bilhões.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 1,5 bilhão, o que representa um recuo de 18,9% sobre os últimos três meses de 2020. Em 2021, o indicador somou R$ 6,3 bilhões, queda de 0,8% no comparativo anual.

A receita operacional líquida cresceu 3,7% no quarto trimestre, para R$ 5 bilhões. No acumulado, o montante atingiu R$ 19,5 bilhões, expansão de 9,5% em relação a um ano antes.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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