AgroTimes

Safra ‘cheia’ de soja só o Brasil garante até agora; quadro argentino complicado pode entrar no preço

02 dez 2021, 9:02 - atualizado em 02 dez 2021, 9:16
Soja
Plantio garantido em melhores condições somente o Brasil apresenta até o momento (Imagem: Reuters/Tom Polansek)

Enquanto as tradings e produtores de soja acompanham de perto as condições que a China está impondo às suas importações, ainda abaixo do potencial que era aguardado para esta época do ano, entra no radar a safra da América do Sul.

O clima é o fiel da balança, depois que a colheita americana se encerrou e o peso do grão produzido abaixo do Equador ganha mais força em Chicago.

Por enquanto, o único que garante uma safra “cheia” é o Brasil, mesmo que o cenário do Rio Grande do Sul seja indesejável e, assim, se mantenha, até o final do plantio.

Do lado argentino é que estão as piores previsões.

A pasta da Agricultura do país estimou em 16,3 milhões de hectares, queda de 1,8% sobre o plantado na campanha 20/21, mas os números começam a ser revistos.

Como outros analistas, Vlamir Brandalizze coloca em dúvida se chegará, mesmo, a 16 milhões/ha, ante chuvas muito irregulares e afetando o plantio.

Quanto ao volume, sobre os 46 milhões/t do ciclo anterior, a estimativa de que chegasse ao redor de 45 milhões agora também entra em dúvida. Longe das 49 milhões/t de 19/20.

Se o quadro negativo se consolidar, deverá chegar positivamente aos preços de Chicago, inclusive pela menor oferta de farelo, um dos fortes mercados do país vizinho.

O Paraguai, o terceiro maior produtor sul-americano, está prevendo 12 milhões/t, em 4,2 milhões/ha, pouco acima da última. Ainda á irregularidade hídrica em algumas regiões, mas no geral Brandalizze acredita que as condições estão se mantendo.

O risco é continuidade por mais tempo e ampliação regional da seca.

Para o Brasil, vale repetir aqui em Money Times: mesmo que a seca siga prejudicando o Rio Grande do Sul, e se consolide ao final da semeadura, o potencial brasileiro é de 145 milhões/t, em cerca de 40,5 milhões/ha. Já seria recorde.

O CEO da Brandalizze Consulting estima que, ao contrário, o clima volte a favorecer os gaúchos, que ainda têm 30% de área para plantar, dará para recuperar alguma coisa e o País saltará para 150 milhões/t.

Em 20/21, o ciclo rendeu 138,5 milhões.

Nas demais regiões, nos últimos dias houve alguma irregularidade nas chuvas, mas, no geral, está indo bem em estados chaves e que praticamente concluíram o plantio, como Mato Grosso e Paraná.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar