Internacional

Saga de operador do flash crash termina com final de Hollywood

30 jan 2020, 17:29 - atualizado em 30 jan 2020, 17:29
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Sarao aprendeu a negociar em um pórtico no andar de cima de um supermercado depois de responder a anúncio de jornal em 2003 (Imagem: Youtube/UKspreadbetting)

A história de Navinder Sarao acabou tendo o final de Hollywood merecido.

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Cinco anos depois de o trader ter sido preso na residência dos pais em Londres, acusado de manipular mercados, Sarao, de 41 anos, foi condenado por uma juíza dos Estados Unidos a voltar para casa com um ano de prisão domiciliar, escondido no mesmo quarto no qual cometeu seus crimes.

Durante a sentença, proferida na terça-feira em Chicago, até os promotores instaram a juíza a deixar Sarao ir para casa como um homem livre, citando seu diagnóstico de autismo e sua “cooperação extraordinária” para ajudar o governo a investigar outros casos.

Mas a juíza distrital dos EUA Virginia Kendall insistiu que o manipulador em série sofresse algum tipo de punição por colocar em risco a economia global, além dos quatro meses de prisão que já havia cumprido no Reino Unido.

Sarao pode ter tratado os mercados como um jogo de computador, disse Kendall, mas isso “não afeta a seriedade do que aconteceu” em 6 de maio de 2010, quando os mercados perderam US$ 1 trilhão em cinco minutos antes de se recuperarem.

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Exatamente quanto a negociação de Sarao contribuiu para o chamado “flash crash” continua sendo objeto de debate considerável.

A sentença coloca um ponto final em uma das histórias do mercado financeiro mais notáveis da memória recente, que revela muito sobre a natureza precária dos modernos sistemas financeiros eletrônicos e do fracasso dos reguladores e das bolsas em policiá-los adequadamente.

Fã de Messi

Sarao aprendeu a negociar em um pórtico no andar de cima de um supermercado depois de responder a anúncio de jornal em 2003.

Do nada, ele acumulou milhões de dólares, comprando e vendendo contratos futuros do S&P 500 enquanto usava um agasalho e um par de fones de ouvido vermelhos para bloquear o som.

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Depois de alguns anos, voltou para seu quarto para negociar sozinho, cercado por bichos de pelúcia e objetos de coleção de Lionel Messi, de acordo com documentos judiciais.

Sarao ganhou dezenas de milhões de dólares, mas não contou à família ou amigos porque temia que eles o tratassem de maneira diferente.

Sua compra mais extravagante foi um Volkswagen usado. Mas, quando uma nova geração de participantes de mercado sofisticados e ultrarrápidos, conhecidos como traders de alta frequência, apareceu e tirou do mercado operadores diários como Sarao, ele tomou uma decisão fatídica de revidar, pagando a um programador que construísse uma máquina chamada NAVTrader.

O programa, que permitiu a Sarao fazer e cancelar grandes ordens, enganando os algoritmos das empresas de alta frequência, mostrou-se extremamente eficaz: em seu dia de maior sucesso, Sarao faturou mais de US$ 4 milhões.

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Mas também desestabilizou os mercados, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, inclusive no dia já volátil do flash crash.

Levaria mais cinco anos e um informante para Sarao ser pego. Naquela época, ele confiou seus ganhos a um elenco de investidores inescrupulosos que lhe prometeram retornos garantidos de dois dígitos.

Em vez disso, ele perdeu tudo o que ganhou – cerca de US $ 70 milhões, de acordo com seus advogados -, algo que só descobriram quando tentavam conseguir US$ 5 milhões para a fiança.

Diante de poucas alternativas, Sarao fechou um acordo em 2016, declarando-se culpado de falsificação e fraude eletrônica, crimes com sentenças máximas de 10 e 20 anos, respectivamente.

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Na época, parecia inconcebível que ele não passasse pelo menos alguns anos na prisão.

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