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Santander prega cautela para indústria de aves e lista 3 motivos para não comprar BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) agora

26 abr 2023, 16:17 - atualizado em 27 abr 2023, 16:40
Aves-Agronegócio
Na avaliação do Santander, os produtores locais de aves “inundaram” o mercado, o que comprimiu as margens da indústria (Imagem: REUTERS/Aly Song)

O Santander reforçou uma visão mais cautelosa para a indústria avícola brasileira (BRF e Seara, da JBS), em função do (i) excesso de oferta global e interna, (ii) possíveis margens Ebitda negativas para o 1T23 da indústria (que devem apresentar melhora gradual das margens ao longo do ano) e (iii) potencial suspensão de exportações pela China.

De acordo com o banco, apesar dos esforços da BRF (BRFS3) para melhorar sua eficiência e entregar melhorias estruturais, o cenário fraco para as margens do setor com visibilidade relativamente limitada para melhoria de spreads reforça a recomendação neutra para empresa, com preço-alvo de R$ 9. Para JBS (JBSS3), a recomendação também é neutra, com preço-alvo de R$ 22,50.

Excesso de oferta global

O mercado global de aves segue com excesso de oferta, impulsionado pelo aumento da produção no Brasil, já que os produtores elevaram a produção há alguns meses, acima dos níveis de oferta.

Na avaliação do Santander, os produtores locais de aves “inundaram” (BRF incluso) o mercado de aves, o que comprimiu as margens, ao mesmo tempo que impulsiona as exportações e evita um aumento mais significativo nos preços globais de aves.

De acordo com o relatório, a indústria avícola deve apresentar margem Ebitda negativa no 1T23, dados os preços fracos pelo excesso de oferta.

No entanto, acredita-se que o cenário está melhorando, com os resultados do 2T23 apontando para uma melhora sequencial nas margens do setor, enquanto o 2S23 pode ser um período de normalização das margens.

A postura mais otimista para os próximos trimestres é impulsionada pela queda nos custos dos grãos e uma melhora marginal nos preços das aves para permitir a recuperação das margens.

Gripe aviária 

De acordo com o relatório, a suspensão temporária das exportações de frango do Brasil pode ser o maior efeito negativo de uma propagação de casos de gripe aviária.

Apesar dos altos níveis de biossegurança no Brasil e dos esforços do setor para prevenir um surto de gripe aviária no país, ele acredita que China, África, Emirados Árabes Unidos e Japão podem suspender temporariamente as importações do Brasil caso a doença atinja granjas industriais.

Nesse contexto, caso ocorra um cenário de 30 dias de suspensão, assim como aconteceu recentemente para carne bovina brasileira exportada para China, o Santander acredita que deve haver um cenário de excesso de oferta doméstica, já que os volumes normalmente exportados seriam destinados ao mercado interno.

Na avaliação do banco, considerando a situação financeira frágil da indústria brasileira, uma suspensão temporária para as exportações poderia levar a uma maior deterioração financeira na indústria e, potencialmente, permitir oportunidades para fusões e aquisições.

Porém, no curto prazo, o Santander acredita que a China pode conceder novas licenças de exportação para as plantas avícolas do Brasil. Na visão do Santander, a demanda deve seguir firme na Coreia do Sul, enquanto o México pode aumentar suas importações.

Na Europa, apesar da melhora na demanda, o Santander não enxerga licenças adicionais para novas plantas brasileiras, mas acredita que o Reino Unido pode ser mais flexível com o licenciamento daqui para frente. 

Quanto a novos mercados, o relatório apresenta a Malásia como uma meta, mas ressaltam que um acordo comercial seria fechado apenas se o país contasse com uma maior demanda pela proteína.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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