Economia

Santander projeta inflação abaixo de 5% em 2025 e vê corte da Selic ‘em aberto’

19 ago 2025, 12:48 - atualizado em 19 ago 2025, 13:37
inflação IPCA selic
(Imagem: Phaelnogueira/Getty Images)

O Santander revisou para 4,9% a projeção de inflação em 2025, contra os 5,1% previstos anteriormente. A revisão foi explicada pelo desempenho recente da taxa de câmbio e pela desaceleração nos preços de commodities em reais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O bom desempenho da taxa de câmbio tem se traduzido em pressão baixista para a inflação, especialmente para os bens comercializáveis”, afirma a diretora de macroeconomia do banco, Ana Paula Vescovi.

A taxa média de câmbio, que ficou acima de R$ 5,80 por dólar ao longo do segundo semestre de 2024, recuou para abaixo de R$ 5,50. Isso reduziu pressões sobre preços de alimentos e bens industrializados.

Ainda assim, o cenário carrega riscos: “Maiores revisões baixistas no IPCA dependem de novas rodadas de surpresa na inflação corrente, queda maior nas commodities em reais ou desaceleração abrupta da atividade. Vale pontuar que não temos nenhum desses três pontos em nosso cenário base.”

Para 2026, a estimativa foi mantida em 4,5%, dentro do intervalo de tolerância da meta perseguida pelo Banco Central.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No campo da atividade, o banco também manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2% para 2025 e 1,5% em 2026.

Vescovi avalia que o segundo trimestre de 2025 deve ser mais fraco, com avanço de apenas 0,1%, enquanto o terceiro trimestre pode ganhar força, com alta de 0,4%, apoiado pelo pagamento de precatórios e outros estímulos fiscais.

“O mercado de trabalho continua demonstrando resiliência e deve permanecer como o principal motor da atividade econômica”, afirma.

Para 2026, o consumo das famílias deve ser sustentado pela isenção de imposto de renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil e pelo crédito consignado, embora os efeitos de uma política monetária ainda restritiva e riscos externos possam pesar sobre a economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Selic ‘contracionista por um período muito prolongado’

Sobre a política monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano em julho, interrompendo o ciclo de aperto. A decisão ainda veio acompanhada de um tom duro: o colegiado reiterou a disposição de retomar altas e sinalizou que a taxa seguirá “significativamente contracionista por um período muito prolongado”.

O banco projeta que o primeiro corte de juros só deve ocorrer em 2026, com espaço para redução de até 2 ponto-percentual (p.p.), levando a taxa a 13% ao final do próximo ano.

“O primeiro corte em 2026 está em aberto. Embora janeiro seja o cenário modal, março pode ser estrategicamente preferível para o colegiado ao reforçar a percepção de continuidade”, diz Vescovi.

Ela afirma que, embora os dados recentes ofereçam sinais iniciais de progresso, tanto na moderação da atividade quanto na inflação, as expectativas de inflação persistentes acima da meta, um mercado de trabalho apertado e as incertezas fiscais e eleitorais constrangem uma flexibilização no curto prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda assim, a instituição ressalta que a política fiscal segue como risco relevante: “O pagamento de R$ 63 bilhões em precatórios pode impulsionar o crescimento no terceiro trimestre, enquanto a proposta de isenção de IR e o calendário político sugerem novas medidas expansionistas em 2026.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Linkedin
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar