Santander projeta nova onda de oferta de frango; banco cita risco para JBS (JBSS32) e MBRF (MBRF3) em 2026
Sinais iniciais, com base nas Guias de Trânsito Animal (GTAs) emitidas pelo Ministério da Agricultura, apontam para uma nova onda de oferta de frango em 2026, segundo o Santander.
Até o momento, o crescimento dos plantéis foi impulsionado principalmente pela redução das exportações de ovos férteis e pelo baixo descarte de matrizes.
Contudo, a oferta está prestes a crescer por meio de um aumento mais estrutural da oferta proveniente dos fornecedores de genética.
A demanda tem absorvido o aumento da produção até agora, mas os preços da carne bovina seguem sendo o principal determinante para que o mercado permaneça equilibrado em 2026.
“Embora a demanda tenha absorvido o maior volume produzido até aqui, acreditamos que os preços da carne bovina serão a variável-chave a ser monitorada, já que preços mais elevados podem sustentar ainda mais o consumo de frango e postergar um eventual desequilíbrio entre oferta e demanda, um risco relevante para MBRF (MBRF3) e JBS (JBSS32)”, explicam Guilherme Palhares e Laura Hirata.
O melhoramento genético de aves
A indústria de melhoramento genético avícola opera com uma estrutura altamente sofisticada de pirâmide genética.
No topo estão as linhagens puras, estoques genéticos de elite selecionados ao longo de décadas para otimizar características como taxa de crescimento, conversão alimentar, resistência a doenças e qualidade da carne.
A partir dessas linhagens puras, a genética favorável é multiplicada em estágios sucessivos (bisavós, avós e matrizes) até chegar aos frangos de corte comerciais.
O sistema de GTAs do Brasil rastreia cada movimentação de aves vivas ao longo dessa cadeia, gerando dados granulares que permitem antecipar mudanças na oferta em diferentes níveis da pirâmide.