Santander (SANB11): Citi liga sinal amarelo e ações caem forte; tombo já soma mais de 10% desde máximas

O Santander (SANB11) foi um dos bancos que surpreenderam no primeiro trimestre, o que fez a ação saltar 8% no dia da divulgação. Porém, o banco pode não repetir a façanha na segunda etapa do ano. Pelo menos não para analistas do Citi.
Segundo os analistas, a filial do banco espanhol divulgará crescimento tímido da carteira, pressões no NII (margem financeira) de mercado e pouca evolução em eficiência.
“Colocamos, portanto, SANB sob “Negative Catalyst Watch”, esperando reação negativa do mercado aos resultados”.
- Glossário: Negative Catalyst Watch significa que a casa de análise está monitorando a possibilidade de um evento próximo gerar uma reação negativa no preço da ação
O Citi ajustou as estimativas para baixo e reiterou o preço-alvo de R$ 28.
Na bolsa, a ação reagiu. Por volta das 13h15, a ação caia 2,86%, a R$ 26,95, enquanto outros bancos operavam próximos à estabilidade.
Desde as máximas, em 1º de julho, a ação caiu 11%.
Santander: Citi não é o único
O Citi não é único a esperar desaceleração para o Santander.
O Safra também espera uma interrupção no ritmo de crescimento visto nos trimestres anteriores, impactado negativamente pelas flutuações cambiais.
Por outro lado, a margem com cliente deve seguir se beneficiando das margens de depósitos.
Mesmo assim, a margem líquida ajustada de mercado deve voltar ao campo negativo, em -R$ 505 milhões — principal fator de pressão para o trimestre.
“Projetamos um custo de risco de 4,9% (+22 pontos-base em relação ao trimestre anterior), ligeiramente impactado por NPLs mais altos, conforme sugerido pela recuperação precoce da inadimplência no primeiro trimestre”, completa o relatório.
Já a Genial projeta que o Santander reporte um lucro líquido recorrente de R$ 3,82 bilhões, praticamente estável na comparação trimestral (queda de 0,9% t/t) — ainda que o primeiro trimestre seja sazonalmente mais fraco — e com alta anual de 14,8%
O ROE deve atingir 16,8%, recuando 0,25 ponto percentual, mas com avanço de 1,56 ponto percentual no ano.
A rentabilidade deve ser pressionada por dois fatores principais:
- resultado negativo no NII Mercado, devido ao impacto da Selic elevada e estratégias de hedge mais defensivas, e
- maior nível de provisões (PDD), refletindo a deterioração na qualidade das novas safras de crédito.