Santander (SANB11) divulga resultado na próxima quarta; vem surpresa pela frente?
O Santander (SANB11) entra em campo com os seus resultados do terceiro trimestre em meio a certo ceticismo do mercado, mesmo com a alta de 24% da ação no ano.
Até o momento, o banco vive uma montanha-russa de números. Após a primeira etapa mostrar avanços, os meses entre maio e abril não foram tão bons, puxados por maiores provisões e receitas moderadas.
E o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) que chegou a 17% em trimestres passados, voltou a cair, a 16,4%.
Para a próxima quarta, analistas, em geral, não esperam grandes saltos, algo, inclusive, que o próprio CEO, Mário Leão, já afirmou em outras ocasiões.
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De acordo com o consenso da Bloomberg, a filial do banco espanhol lucrará R$ 3,7 bilhões, contra R$ 3,66 bilhões do ano passado, alta de 3%, ou seja, praticamente estável.
Apesar disso, há casas mais otimistas, como a Genial, que vê lucro de R$ 3,92 bilhões, elevação de 7% no ano. Já o ROE ficará estacionado, a 16,8% (alta de 0,84 ponto percentual no trimestre e 0,24 pp no ano).
Entre os pontos de melhoria, a casa cita:
- menor PDD (colchão usado pelos bancos para se prevenir de calotes) já que o banco havia reforçado provisões no trimestre passado — especialmente no atacado — permitindo alívio nesse trimestre;
- alíquota de imposto menor, favorecida por pagamento mais elevado de JCP; e
- contínua expansão de Margem financeira com Clientes (NII), impulsionada por melhor mix de produtos e funding.
Mesmo que pequena, os analistas também veem aceleração do crescimento da carteira de crédito, com alta de 1,2% no trimestre e 2,9% no ano, mas ainda bem abaixo da média do sistema financeiro (+10,1% a/a).
“O banco deve manter abordagem seletiva e conservadora na originação, priorizando segmentos de melhor risco-retorno. Ainda assim, foi um dos primeiros a ajustar seu apetite de crédito, o que o coloca em posição favorável para retomar o crescimento à medida que o ambiente de crédito se normalize”, diz.
A meta de ROE de 20%, no entanto, foi adiada para 2027, segundo o soft guidance da gestão.
Ainda segundo a Genial, para 2026, ano eleitoral, os bancos devem adotar postura mais cautelosa, o que tende a limitar ganhos marginais de rentabilidade.
Santander estável
Outras casas também veem lucros estáveis.
O UBS BB projeta que, após queda de 1% na carteira de crédito no segundo trimestre, o banco deve mostrar leve recuperação, ainda que a valorização do real continue pressionando a carteira corporativa, mas com menor intensidade.
O Safra prevê lucro praticamente estável na comparação trimestral, com piora da margem financeira (NII) — a mais fraca do ano — devido ao maior número de dias úteis e ao gap elevado de 12 meses na taxa média de juros.
Já a carteira de crédito deve acelerar, puxada por PMEs, financiamentos e cartões de crédito, especialmente no segmento de alta renda.
Segundo o Itaú BBA, a expectativa é que o banco mantenha uma postura seletiva na expansão da carteira de crédito, o que deve resultar em uma carteira total praticamente estagnada.
Os spreads (NIMs) tendem a melhorar, sustentados por uma maior qualidade de produtos de crédito.
“No entanto, perdas maiores na receita líquida de juros de mercado, influenciadas pelo CDI, devem compensar esses ganhos, levando a um lucro total estável, com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) na casa dos 16%”.
Veja na tabela abaixo:
| Casa | Lucro (em R$ bi) | ROE (em %) |
| Genial | 3,92 | 16,8 |
| Itaú BBA | 3.7 | 16.1 |
| JPMorgan | 3.8 | 16.6 |
| Safra | 3.65 | 15.9 |
| UBS BB | 3.77 | 16.2 |