Santander (SANB11) será a decepção do 2T25? Saiba o que esperar de resultados da próxima quarta (30)

O Santander (SANB11) entra em campo com a expectativa de entregar resultados fracos no segundo trimestre. Após a primeira etapa do ano forte, analistas esperam desaceleração dos números, que serão divulgados na próxima quarta (30) antes da abertura do mercado.
A expectativa da Bloomberg é que o Santander lucre R$ 3,8 bilhões, estável na comparação trimestral (queda de 0,9% t/t) — ainda que o primeiro trimestre seja sazonalmente mais fraco — e com alta anual de 14,8%.
Na bolsa, o papel sentiu. A ação caiu 12% desde as máximas do ano.
O Citi foi uma das casas a fazer alertas.
Segundo os analistas, a filial do banco espanhol divulgará crescimento tímido da carteira, pressões no NII (margem financeira) de mercado e pouca evolução em eficiência.
“Colocamos, portanto, SANB sob “Negative Catalyst Watch”, esperando reação negativa do mercado aos resultados”.
O Citi ajustou as estimativas para baixo e reiterou o preço-alvo de R$ 28.
Mas o banco não é o único.
O Safra também espera interrupção no ritmo de crescimento visto nos trimestres anteriores, impactado negativamente pelas flutuações cambiais.
Por outro lado, a margem com cliente deve seguir se beneficiando das margens de depósitos.
Mesmo assim, a margem líquida ajustada de mercado deve voltar ao campo negativo, em -R$ 505 milhões — principal fator de pressão para o trimestre.
“Projetamos um custo de risco de 4,9% (+22 pontos-base em relação ao trimestre anterior), ligeiramente impactado por NPLs mais altos, conforme sugerido pela recuperação precoce da inadimplência no primeiro trimestre”, completa o relatório.
Lucro e rentabilidade
A Genial projeta que o Santander reporte um lucro líquido recorrente de R$ 3,82 bilhões.
Já o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) deve atingir 16,8%, recuando 0,25 ponto percentual, mas com avanço de 1,56 ponto percentual no ano.
A rentabilidade deve ser pressionada por dois fatores principais:
- resultado negativo no NII Mercado, devido ao impacto da Selic elevada e estratégias de hedge mais defensivas, e
- maior nível de provisões (PDD), refletindo a deterioração na qualidade das novas safras de crédito.
A XP também vai na mesma linha ao dizer que o banco terá expansão moderada nos cartões de crédito imobiliário e de varejo e uma pressão sobre empréstimos consignados (principalmente relacionados ao INSS) e veículos usados.
“O cenário macroeconômico provavelmente continuou a pesar sobre a originação de crédito. Como resultado, prevemos um crescimento estável dos empréstimos em relação ao trimestre anterior”.
No total, a casa projeta lucro líquido recorrente de R$ 3,7 bilhões para o trimestre (queda de 4,2% em relação ao trimestre anterior, alta de 10,9% em relação ao ano anterior), implicando ROE de 16,4% (queda de 90 pontos-base em relação ao trimestre anterior).