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Santander (SANB11): ‘Possivelmente, vamos crescer menos que o mercado, e tudo bem’, diz CEO

29 out 2025, 10:53 - atualizado em 29 out 2025, 10:53
Mario Leão Santander
Mário Leão, CEO do banco Santander (SANB11) (Imagem: Reprodução da teleconferência de resultados)

O Santander Brasil (SANB11) bateu o consenso do mercado, com lucro de R$ 4 bilhões, enquanto os analistas esperavam R$ 3,7 bilhões.

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E não foi só isso que surpreendeu. A filial do banco espanhol também ampliou a carteira de crédito, contrariando a expectativa de estabilidade de algumas casas.

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Ao todo, a carteira engordou 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 689 bilhões. Apesar disso, a cifra ainda está abaixo da média de crescimento do mercado, de 10%.

Em coletiva com jornalistas, o CEO Mario Leão reafirmou a estratégia de crescer pouco, mas crescer bem, algo que já vem sendo colocado em prática desde o ano passado.

“É possível que cresçamos menos do que o mercado como um todo — e tudo bem, desde que esse crescimento esteja ancorado nos clientes e segmentos em que queremos atuar, nos produtos que queremos oferecer e que estejam gerando mais sustentabilidade nesses segmentos.”

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Dados do Banco Central mostram que o Santander ganhou participação no segmento de empresas como um todo — tanto nas pequenas quanto nas grandes — e perdeu participação, por mais um trimestre, na pessoa física.

“O capital que tiramos da baixa renda está sendo realocado para crescer de forma mais proporcional na alta renda, nas pequenas e médias empresas, e também nesse público de maior poder aquisitivo.”

Ainda segundo ele, o banco não mede a gestão por ganhar cota de mercado ou por ganhar cheque.

“Estamos um pouco mais conservadores do que nos últimos 12 meses e seguiremos nessa linha. Mas, nos segmentos em que houver espaço comprovado para expansão, como mostramos aqui, vamos buscar crescer.”

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Cenário macro

Segundo Leão, a economia dá sinais de uma desaceleração desejada pela política monetária do Banco Central.

“Ainda não a ponto de consolidar, dentro do próprio Banco Central, o consenso de que já é hora de iniciar o ciclo de corte de juros — mas acreditamos que estamos caminhando nessa direção. Não estamos muito longe do início desse ciclo.”

Atualmente em 15%, a taxa básica de juros está no maior patamar em décadas.

“Nossa expectativa é que, no primeiro trimestre do ano que vem — e não antes disso — o Banco Central comece a reduzir os juros. A projeção oficial é de uma queda de 200 pontos-base, ou seja, de 15% para 13%.”

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Hoje, o mercado, em média, precifica uma redução de 270 pontos-base, o que levaria a taxa para 12,30% ao fim de 2026, um patamar que, de qualquer forma, continuaria elevado, segundo o CEO.

“Mas temos confiança total de que o Banco Central está conduzindo a política monetária da forma correta. Na nossa avaliação, tem feito um trabalho muito bom ao equilibrar a necessidade de desacelerar a economia com o momento certo.”

2026 mais difícil?

Na mensagem do balanço, o Santander deixou alguns sinais para 2026, ano marcado pelas eleições presidenciais.

Seria um indício de que o próximo ano será pior que 2025? Questionado pelo Money Times, Leão diz que não necessariamente.

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Ele explica que todo ano de eleição traz o potencial — e a potencial volatilidade — das expectativas do mercado sobre quem vai ganhar.

“Pode acontecer, como sempre acontece em ano eleitoral, algum nível de volatilidade? Pode. E a gente tem que estar preparado para isso. Mais do que nunca, é hora de estar próximo dos clientes.”

Apesar disso, o executivo afirma que 2026 será um ano com CDI médio menor do que o de 2025.

“O quanto menor vai depender, claro, de como evoluem tanto a inflação corrente quanto a ancoragem das expectativas de inflação, principalmente olhando para 2027.”

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Nesse sentido, Leão espera que o cenário macroeconômico comece a melhorar, mas faz um alerta: os portfólios, principalmente nas empresas, estarão entrando no quarto ou quinto ano consecutivo de juros de dois dígitos, o que considera muito pesado.

“Então, para que as empresas mais alavancadas consigam se desalavancar, é essencial que o CDI comece a cair de forma contínua a partir do ano que vem — e é isso que a gente acredita que vai acontecer.”

 

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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