Santander vê 3T25 sólido para shoppings, mas aponta pressão da Selic sobre resultados
A equipe do Santander avalia que o setor de shopping centers deve apresentar um terceiro trimestre (3T25) sólido, com níveis elevados de ocupação e inadimplência controlada.
Em relatório, o banco destaca que a nova temporada de balanços deve reforçar a resiliência do varejo, com lojistas mantendo forte demanda por espaços em empreendimentos de qualidade.
De acordo com a instituição, o impacto da inflação e a taxa de ocupação mais alta devem sustentar receitas de aluguel mais robustas.
Em contrapartida, a casa alerta que as despesas financeiras continuam pressionadas pela Selic elevada, o que tende a pesar nos resultados sobretudo de Iguatemi (IGTI11) e Multiplan (MULT3).
“Esperamos que os shoppings brasileiros reportem novamente métricas operacionais sólidas. As vendas nas mesmas lojas (SSS) devem ficar abaixo do ritmo observado no acumulado do ano, reflexo de uma base de comparação mais forte no 3T24 e do bom desempenho dos shoppings do Rio Grande do Sul após as enchentes no 2T24”, afirma o relatório.
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Iguatemi
No caso da Iguatemi, o banco projeta receita líquida de R$ 369,4 milhões entre julho e setembro, alta de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionada pela maior ocupação, repasses de IGP-M nos aluguéis e maior exposição a ativos mais produtivos.
A casa também cita o impacto positivo das maiores taxas de administração associadas aos empreendimentos Shopping Rio Sul e ao Pátio Paulista.
Por outro lado, o Santander projeta um FFO (lucro operacional ajustado) de R$ 149 milhões, com queda de quase 10% quando comparado com o 3T24, influenciado principalmente pela maior alavancagem financeira da companhia e pelo aumento da carga tributária.
Multiplan
Já para a Multiplan, a expectativa é de receita líquida de R$ 579,3 milhões, crescimento de 8,3% frente ao mesmo período de 2024, apoiada pelo impacto positivo do IGP-DI (indicador que mede a inflação, acompanhando a variação de preços de diversos setores).
O banco também cita que a expansão dos shoppings DiamondMall e ParkShoppingBarigüi, inauguradas final de 2024, deve ajudar no resultado.
Em contrapartida, a casa estima queda de 36,2% nas receitas imobiliárias, em função de atrasos na vistoria da primeira fase do Golden Lake.
No total, o Santander projeta FFO de R$ 257,3 milhões para a companhia, retração de 15,2% na comparação anual, pressionado pela maior alavancagem após a recompra das ações detidas pelo grupo canadense Ontario Teacher’s Pension Plan (OTPP).