Economia

Santander vê alívio da inflação, mas mantém Selic parada até o fim de 2025

07 out 2025, 8:34 - atualizado em 07 out 2025, 8:34
inflação ipca Brasil
Santander ajusta projeções para a economia brasileira. (Imagem: Canva Pro)

O Santander revisou para baixo suas projeções de inflação, avaliando que o processo de queda dos preços no Brasil ganha consistência, impulsionado por um câmbio mais valorizado, recuo das commodities e melhora na oferta de alimentos.

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A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,9% para 4,7% em 2025 e de 4,5% para 4,2% em 2026.

Segundo a diretora de macroeconomia do banco, Ana Paula Vescovi, a desinflação tem se tornado mais qualitativa, com avanços além dos efeitos de bens comercializáveis, ainda que os serviços sigam pressionados por um mercado de trabalho aquecido.

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Ela destaca que a política monetária segue disciplinada, mesmo diante de sinais de desaceleração da atividade e de um processo de desinflação consolidado.

“O Banco Central manteve a taxa Selic em 15,00% e reconheceu o progresso inicial em direção à desinflação, mas reiterou sua política de comunicação ‘contracionista por tempo prolongado'”, afirmou.

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O Santander projeta manutenção dos juros básicos até o fim de 2025, com cortes graduais apenas a partir do início de 2026.

No cenário cambial, o dólar mais fraco globalmente e o ambiente favorável a emergentes trouxeram alívio, mas o fluxo cambial negativo e as incertezas fiscais ainda limitam ganhos do real. A projeção do banco para o câmbio passou para R$ 5,60 no fim de 2025 e R$ 5,90 no fim de 2026.

Do lado fiscal, o Santander projeta superávit primário de R$ 30 bilhões em 2025 — 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) –, mas prevê déficit de 0,9% em 2026.

“A dívida permanece em trajetória ascendente: deve fechar próximo de 80% do PIB este ano, aumentando para 99% em meados da década de 2030”, alertou a economista.

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O banco manteve a projeção de crescimento do PIB em 2% para 2025 e 1,5% para 2026, com moderação do impulso fiscal e menor espaço para expansão do crédito e do emprego.

Segundo Vescovi, a economia brasileira vem se afastando gradualmente do viés contracionista, embora o quadro fiscal ainda seja apontado como o principal entrave a uma recuperação mais sólida e à continuidade do ciclo de cortes de juros.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.