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Débito automático deve praticamente desaparecer com nova modalidade, dizem diretores do Santander (SANB11)

15 jun 2025, 16:00 - atualizado em 13 jun 2025, 18:42
Santander
Izabella Belisario, diretora de payments e serviços PF, e Paulo Duailibi, diretor de produtos PJ do Santander (Imagem: Divulgação)

Após cinco anos de adesão, o Pix caiu no gosto popular como um meio de pagamento rápido e fácil para brasileiros. Apesar de revolucionário, o método de pagamento continua evoluindo. A nova modalidade lançada pelo Banco Central agora promete substituir o débito automático.

O Pix automático chega com a mesma função: permitir que o cliente opte por pagamento de faturas de forma automática, sem o perigo de esquecer alguma conta. Por outro lado, as empresas ganham previsibilidade ao garantir que o usuário pague na data correta.

Em entrevista ao Money Times, Paulo Duailibi, diretor de produtos PJ do Santander (SANB11), vê como natural a substituição. Mas pondera que isso não será do dia para noite.

“A nossa visão é que, em um prazo de três a cinco anos, o débito automático deve praticamente desaparecer”.

Segundo o executivo, a modalidade trará diversos benefícios, tanto para as empresas quanto para os clientes. O primeiro é a simplificação. Antes, as companhias firmavam convênios com 10 a 15 instituições financeiras.

Agora, será preciso somente um banco.

“Isso não significa que o Pix Automático vai substituir completamente o débito automático de imediato, mas para a PJ ele traz uma grande facilidade operacional”.

Empresas de telefonia, energia elétrica, gás, serviços de streaming, academias, escolas, universidades, clubes são alguns potenciais beneficiados.

“Estamos conversando com empresas desses segmentos para sermos o banco de escolha na centralização do Pix Automático. Toda empresa com receita recorrente pode se beneficiar”.

Mas vale reforçar: o cliente precisa consentir.

“Não é algo que migra automaticamente. Cada pessoa física receberá uma notificação, um push ou algum estímulo para autorizar esse novo formato de pagamento. Só depois disso é que o débito automático será cancelado e a cobrança passará a ser feita por Pix Automático”.

Na visão de Izabella Belisario, diretora de payments e serviços PF do banco, as empresas vão incentivar porque o Pix funciona 24/7 — sábados, domingos, feriados — o que o débito automático não oferece.

Além disso, o recebimento é em D+0, enquanto o débito automático costuma ser em D+1. “Isso gera vantagens operacionais para a PJ”.

“Teremos uma comunicação estruturada com o cliente. Vamos avisá-lo, por exemplo: “Amanhã vamos cobrar a mensalidade do seu clube, como combinado.” E, mesmo se o pagamento não for realizado por falta de saldo, vamos avisar que não foi possível fazer o débito e tentar novamente ao longo do dia”.

Como o Santander entra na jogada

Segundo a Febraban, cada brasileiro paga, em média, quatro contas por mês. Somando os clientes PF e PJ do Santander, são mais de 3,6 bilhões de boletos emitidos por ano.

Para se diferenciar, o banco aposta na simplicidade.

“Quem já tem débito automático conosco pode migrar facilmente para o Pix Automático. Também estamos oferecendo ferramentas de conciliação — seja por meio dos nossos canais, seja via API no sistema da própria empresa — além de serviços de gestão de caixa”, diz Duailibi.

Para a pessoa física, a adesão também é simples, garante Belisario.

“O cliente pode autorizar por push, QR Code, e fazer toda a gestão diretamente no app. Terá uma página exclusiva para isso. Toda a comunicação será clara e fluida — vamos avisar antes, durante e depois da cobrança. E, caso ele precise usar o limite da conta, ainda conta com 10 dias sem juros”.

O recurso estará disponível a partir desta segunda-feira (16).

Desde novembro de 2024, o Santander já vinha testando a solução com clientes pessoa física como pagadores e empresas como recebedoras, preparando o terreno para a implementação em larga escala.

“O banco já conta com mais de 50 empresas que aderiram à solução, com potencial de 150 milhões de pagamentos mensais”, explica Duailibi.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.