São Martinho: Ágora adiciona R$ 2 ao preço-alvo do papel após aprovação de novo projeto

A Ágora Investimentos atualizou o modelo de investimento da São Martinho (SMTO3) após a companhia ter informado que seu conselho de administração aprovou investir R$ 640 milhões na implantação de uma fábrica de etanol de milho em Quirinópolis, Goiás.

A nova unidade, com início de construção previsto para novembro de 2022, será anexa à Usina Boa Vista. Ela terá capacidade de produção de 210 mil m³ de etanol por ano (100 mil m³ de etanol anidro e restante de hidratado).

A fábrica ainda terá como produzir 150 mil toneladas anuais de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS, na sigla em inglês), um subproduto utilizado para ração animal, além de 10 mil toneladas de óleo de milho por ano.

A Ágora defendeu que o projeto é atrativo, apesar do valor do investimento de R$ 640 milhões ter superado o montante inicial de R$ 350 milhões que a empresa pretendia investir em etanol de milho.

“Estimamos que a maior capacidade de armazenamento permitirá que a empresa adquira milho a preços mais atrativos durante a safra (historicamente cerca de 10% menor em comparação à entressafra) e mitigará o impacto da recente alta nos preços do milho – que foi uma preocupação fundamental para nós em relação a este projeto”, comentaram Leandro Fontanesi e Ricardo França, autores do relatório divulgado pela corretora ontem à noite.

Considerando todos os benefícios da nova construção, o time de análise do Bradesco BBI adicionou R$ 2 ao preço-alvo da ação, agora de R$ 38, e elevou as estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 3% para o ano fiscal de 2023 e 7% para o ano fiscal de 2024.

“Observamos que esta usina de etanol de milho deve iniciar as operações em novembro de 2022, adicionando cerca de 10% à produção de etanol da São Martinho em 2022/23 e aproximadamente 20% em 2023/24”, avaliaram Fontanesi e França.

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A recomendação de compra foi mantida.

Os R$ 640 milhões a serem investidos no projeto serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo prazo de até 20 anos. A São Martinho obteve financiamento de R$ 941,6 milhões junto ao banco para investir em usinas localizadas em São Paulo e Goiás.