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São Martinho (SMTO3) recua após resultado fraco e projeções para safra 2025/2026; o que dizem BTG e XP?

24 jun 2025, 11:09 - atualizado em 24 jun 2025, 17:41
são martinho smto3
(Imagem: Reprodução/YouTube/ São Martinho)

A São Martinho (SMTO3viu seu lucro líquido recuar para R$ 105 milhões no quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25), uma queda de 83,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (4T24).

Já a receita líquida caiu 28,2% no mesmo comparativo, para R$ 1,738 bilhão. Por volta de 10h58 desta terça (24), as ações recuavam 4,42%.

Segundo o BTG Pactual, os resultados do trimestre foram afetados por queimadas que elevaram custos e prejudicaram o mix de produção, com destaque para o etanol. O custo do etanol subiu 12% na comparação anual, anulando suas margens, enquanto o açúcar manteve retornos saudáveis, embora em queda.

“Estima-se perda de cerca 1 milhão de toneladas de cana e impacto de R$250 milhões no Ebitda do ano. O Ebitda ajustado veio 11% abaixo das estimativas, com ATR vendido 9% menor do que o esperado. Por outro lado, o etanol de milho teve margem robusta de R$1,33/l”, dizem os analistas do BTG.

“O guidance para 2025/26 prevê moagem de 22,6 milhões de toneladas e produção de 3,16 milhões de ATR, com capex de R$2,3 bilhões – acima do esperado, por conta de expansão”, comentam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla, Gustavo Fabris e Bruno Henriques.

Com 80% da produção própria de açúcar já travada a preços atrativos, e um retorno de fluxo de caixa livre estimado em 15% para 2026, os analistas mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 39 (potencial de alta de 106%). “Acreditamos na melhora de margens e eficiência com normalização da operação”.

Além dos resultados, a São Martinho divulgou seu guidance de produção e de investimentos para safra 2025/2026.

Cana-de-açúcar Guidance (12M26) Realizado (12M25) Variação
Cana processada 22.6 milhões de toneladas 21.788 milhões de toneladas 3.7%
ATR Médio (kg/ton) 139.9 142.5 -1.9%
ATR Produzido (mil tons) 3161.1 3105.6 1.8%

A São Martinho também divulgou suas estimativas referentes a produção de etanol de milho.

Processamento de milho Guidance (12M26) Realizado (12M25) Variação
Milho processado (mil tons) 515 511.4 0.7%
ATR Produzido (mil tons) 377.9 370.8 1.9%
Etanol (mil m³) 216.9 212.6 2.0%
DDGS (mil tons) 139.7 137.4 1.7%
Óleo de milho (mil tons) 8.2 7.9 4.3%

Em reação aos números, SMTO3 encerrou as negociações na B3 com queda de 2,47%, a R$ 18,57, nesta terça-feira (24).



SMTO3: XP vê 4T25 e guidance negativo

Para a XP Investimentos, a SMTO3 reportou resultados fracos e números de guidance negativos.

“O Ebitda ajustado ficou 15% abaixo do consenso da Visible Alpha e 14% abaixo da expectativa do mercado, impulsionado por vendas de etanol 14% abaixo das nossas estimativas e custos unitários em dinheiro maiores do que o previsto. A geração de fluxo de caixa livre (FCF) também ficou abaixo do que esperávamos devido ao desempenho do capital de giro pior do que o esperado”, veem Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.



Fora isso, o guidance também foi claramente negativo para os analistas e pode levar a revisões para baixo nos lucros, com destaque para:

  1.  Moagem de cana-de-açúcar 0,9% acima do estimativa da XP, mas prejudicada pelo TRS médio 2,9% abaixo da projeção da XP;
  2. Investimentos de R$ 2,3 bilhões, 3,5% abaixo das estimativas da XP, e insuficiente para gerar maior otimismo na geração de caixa;
  3. Moagem de milho 3% acima da expectativa da XP.

“O hedge do açúcar atingiu 51% das vendas esperadas para 25/26. O preço médio ficou em R$ 2.565, melhor do que nossas expectativas iniciais, mas os preços da próxima safra provavelmente serão menores ano a ano, considerando os preços futuros e o câmbio. Mantemos nossa recomendação neutra, preço-alvo de R$ 31,60 e potencial de alta de 68,71%”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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