Bancos

Se tudo der certo, Itaú e Santander sairão de 2020 valendo menos que em 2019

10 dez 2019, 17:14 - atualizado em 10 dez 2019, 17:14
Itaú Unibanco
Novos tempos: juros baixos freiam o crescimento de bancos como o Itaú Unibanco (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

Em meados de novembro, o presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari, afirmou que a “era dos ganhos estratosféricos” chegou ao fim para os bancos brasileiros. A julgar por um relatório divulgado nesta terça-feira (10), o BB Investimentos concorda totalmente com Lazari.

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Assinado pelos analistas Vinicius Soares e Wesley Bernabé, o relatório apresenta os preços-alvos para Itaú Unibanco (ITUB4), Santander Brasil (SANB11) e Banco ABC (ABCB4). A instituição já havia revisado suas estimativas para o Bradesco (BBDC4), Banco Inter (BIDI4) e BTG Pactual (BPAC11).

Em comum, o BB Investimentos apresentou um preço-alvo para 2020 abaixo dos de 2019 para os três bancos. Em bom português, isso significa que, se tudo der certo, Itaú Unibanco, Santander Brasil e Banco ABC sairão do ano que vem valendo menos do que atualmente.

O preço-alvo do Itaú Unibanco recuou de R$ 45, em 2019, para R$ 43,80 em 2020. O do Santander, de R$ 51 para R$ 50,20, e o do ABC Brasil, de R$ 21 para R$ 20,80. Isso significa um corte de 2,7%, 1,6% e 0,9%, respectivamente, sobre o que seria justo pagar pelos papéis neste ano.

Timidez

No geral, o BB Investimentos afirma que todos os bancos focaram em linhas de crédito mais rentáveis neste ano, promovendo mudanças no seu portfólio de produtos. O resultado foi uma alta “tímida” na receita oriunda de juros, incapaz de impulsionar o setor na bolsa.

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Em baixa: receita de cartões de crédito perdeu fôlego (Arquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O BB Investimentos observa que as ações de bancos permaneceram “ligeiramente abaixo do Ibovespa”.

Ao comentar cada caso, os analistas afirmam que o Itaú Unibanco deve ser prejudicado por um crescimento de receitas abaixo do projetado inicialmente, pressionado pela fraca contribuição de produtos como cartões de crédito e conta corrente.

Contra o Santander, pesam dois fatores. Primeiro, a receita abaixo das estimativas do BB Investimentos nos últimos trimestres. O outro é mais preocupante: os analistas elevaram a projeção de inadimplência, diante dos “sinais de piora” decorrentes da “adoção de um novo mix de carteira”.

Já o ABC Brasil, que se concentra mais no segmento de atacado, sofre com o baixo crescimento do crédito corporativo, já que as empresas estão preferindo levantar recursos no mercado de capitais, em vez das linhas tradicionais de crédito bancário.

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De qualquer modo, os preços-alvos de 2020 representam um bom potencial de valorização dos papéis, na comparação com o fechamento desta segunda-feira (9). Para Itaú Unibanco, o upside seria de 19,8%; para o Santander, 12,8%; e para o ABC Brasil, 11,5%.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.