Taxa Selic

Selic a 15%: 4 pontos para entender por que o Copom manteve os juros pela 3ª vez consecutiva

05 nov 2025, 18:58 - atualizado em 05 nov 2025, 20:30
Economia, taxa Selic, Copom, Banco Central, inflação
Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em para 14,75% ao ano (Imagem: iStock/ Rmcarvalho/Canva)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (5), no maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006. Essa foi a terceira manutenção consecutiva e em linha com o esperado pelo mercado.

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Na última atualização, com data de referência de ontem (4), o contrato de Opções de Copom da B3 apontava a chance de 97,60% de o Banco Central (BC) manter os juros inalterados.

A decisão do colegiado foi unânime.

No comunicado, os diretores afirmaram que o cenário internacional segue incerto, com destaque para a política econômica dos Estados Unidos. O colegiado também citou as negociações tarifárias entre Brasil e o país norte-americano.

No cenário doméstico, o Copom destacou que as expectativas seguem desancoradas, além de projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. E, por isso, a política monetária deve seguir em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

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Os diretores ainda reduziram as expectativas para a inflação. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 passou de 4,8% para 4,6%, ainda acima do teto da meta — de 4,5%.

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Internacional

No comunicado, o Copom reforçou o ambiente externo “ainda se mantém incerto” em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.

“Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”, diz o comunicado.

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Sobre a política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump, os diretores do BC afirmaram que seguem acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais ao Brasil.

Economia brasileira

Em relação ao cenário doméstico, os diretores do Banco Central ressaltaram que o conjunto dos indicadores de atividade econômica tem mostrado uma trajetória de moderação no crescimento, enquanto o mercado de trabalho “ainda mostra dinamismo”.

O BC também reconheceu que a inflação tem dado sinais de desaceleração. “Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes apresentaram algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação”, diz o Copom.

O colegiado ainda mencionou que as expectativas de inflação do mercado permanecem acima da meta do BC e das projeções da autarquia. “As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,5% e 4,2%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,3% no cenário de referência.”

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O comunicado acrescenta que os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual.

Entre os riscos de alta destacam-se:

  • desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
  • maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e
  •  conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

Já entre os riscos de baixa para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, os diretores do Copom consideram:

  • uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação;
  • uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e
  • uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários.

Para onde vai a Selic?

O Copom manteve a postura de cautela na condução da política monetária e afirmou que “a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

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“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.”

O Comitê disse ainda que se manterá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados.

Decisão unânime

Segundo o comunicado, os dirigentes do Banco Central entraram em consenso e a decisão foi novamente unânime.

Gabriel Galípolo (presidente), Ailton de Aquino, Diogo Guillen, Gilneu Vivan, Izabela Correa, Nilton Schneider, Paulo Picchetti, Renato Dias e Rodrigo Teixeira votaram pela manutenção dos juros em 15% ao ano.

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Veja o comunicado do Copom

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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