Coluna do Daniel Abrahão

Selic a 13,25%: Como lucrar nos investimentos em meio a queda dos juros em 2023

11 ago 2023, 11:24 - atualizado em 11 ago 2023, 11:24

 

Tesouro Direto
Selic está em 13,25% e deve continuar ciclo de cortes nos próximos meses. Então, veja como tirar proveito dos investimentos. (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

No cenário financeiro, as taxas de juros desempenham um papel crucial na lógica das estratégias de investimento. No Brasil, temos a taxa Selic e é fundamental entendê-la para se dar bem nos investimentos em 2023.

As oscilações dessas taxas podem ter efeitos sobre quase todos os ativos, influenciando desde a rentabilidade de títulos de renda fixa até a avaliação de ações e outros instrumentos financeiros.

Nesta análise, exploraremos o impacto das taxas de juros nas estratégias de investimento e como os investidores podem se posicionar diante dessas flutuações.

Primeiro vamos relembrar o conceito de “taxa de juros”.

O termo nada mais é do que o custo do dinheiro ao longo do tempo, expresso como uma porcentagem em referência a um determinado período. Atualmente, a taxa de juros no Brasil está em 13,25% ao ano.

Ela representa o valor que uma pessoa ou instituição deve pagar pelo uso de dinheiro emprestado, ou o valor que ganhará ao emprestar dinheiro a terceiros.

  • Tchau, deflação: Depois da queda em junho, IPCA volta a subir 0,12% em julho: Entenda quais devem ser os efeitos para o Ibovespa no Giro do Mercado desta sexta-feira (11), é só clicar aqui para assistir.  Aproveite para se inscrever no nosso canal e fique ligado nas próximas lives, de segunda a sexta-feira, às 12h.

Ciclo da Selic no Brasil

As taxas de juros são determinadas pelos bancos centrais e refletem as condições macroeconômicas dos mais distintos países.

No contexto das finanças, as taxas de juros exercem um papel crucial na avaliação de ativos, nos custos de empréstimos e na tomada de decisões de investimento.

É importante fazermos um refresh sobre o histórico da taxa de juros no Brasil; que marcou significantes altas ao longo das últimas décadas.

Os anos de 1980 foram marcados por uma hiperinflação, com taxas de juros extremamente elevadas para combater a inflação.

Avançando para 1994, surge a estabilização econômica do Plano Real, que começou alterar gradualmente as taxas de juros.

Mesmo assim elas ainda permaneceram em patamares relativamente altos como parte da estratégia de controle da inflação.

Durante o início dos anos 2000, houveram esforços para reduzir as taxas de juros como parte da busca por um ambiente econômico mais favorável ao investimento.

Entretanto, as taxas ainda permaneceram relativamente altas, especialmente durante períodos de contração econômica.

A partir de 2016, com a recessão econômica e a necessidade de estimular a economia, o Banco Central do Brasil levou a taxa básica de juros (Selic) para mínimas históricas, chegando a 2% em 2020.

Os impactos diretos nos investimentos

Taxas de juros em altos patamares são contracionistas da economia e taxas de juros mais baixas são expansionistas.

O tema é complexo e amplamente discutido, mas em suma, é um dos instrumentos de controle da inflação.

Admite-se notadamente que as taxas de juros básicas determinadas pelos bancos centrais afetam os mercados financeiros de várias maneiras.

Quando as taxas de juros estão baixas, os títulos de renda fixa oferecem retornos menores, o que pode levar os investidores a buscar alternativas de investimento com maior potencial de retorno, como ações.

Isso pode sustentar os preços das ações, à medida que a demanda por esses ativos aumenta.

Por outro lado, taxas de juros mais altas podem tornar os títulos de renda fixa mais atrativos em termos de retorno, potencialmente desencorajando investidores a se voltarem para o mercado de ações.

Além disso, taxas de juros elevadas podem impactar o custo de financiamento das empresas, o que pode influenciar a saúde financeira das mesmas e, consequentemente, seus valores de mercado.

Os investidores também devem considerar uma relação inversa entre taxas de juros e valor presente dos fluxos de caixa futuros. Taxas mais baixas aumentam o valor presente dos fluxos de caixa, tornando os ativos mais atraentes.

No entanto, as taxas de juros em ascensão podem reduzir o valor presente desses fluxos de caixa, impactando a avaliação dos ativos.

Em termos de estratégia, os investidores precisam estar atentos, mas um erro muito comum é tentar “tradar” a taxa de juros, focando em acertar os ciclos econômicos, isso pode fazer com que o investidor incorra em dois graves erros: pensamento “curto prazista” e concentração de risco.

Diversificação

A diversificação de portfólio é uma abordagem comum, como já amplamente descrito nesta coluna, para mitigar os riscos associados às flutuações das taxas de juros.

Além disso, é importante manter-se informado sobre:

  • as políticas dos bancos centrais,
  • indicadores inflacionários,
  • eventos globais que possam influenciar as decisões de política monetária,
  • além de claro contar com um especialista em investimentos.

Em resumo, o impacto das taxas de juros nas estratégias de investimento é um tópico de extrema importância para os investidores.

Apesar de ter influência com maior ou menor grau de intensidade em diferentes países, não pode ser desprezado em uma estratégia de investimento.

Compreender como as mudanças nas taxas de juros atraíram os diferentes ativos e adotar estratégias flexíveis são elementos-chave para enfrentar um cenário financeiro dinâmico e complexo.

Assessor de investimentos e sócio sênior da IHUB Investimentos. Possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; atuou nos maiores bancos privados do país. Atualmente, é assessor e sócio sênior na IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira superior a R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimento técnico e "difícil" do mercado para facilitar a vida do investidor.
Assessor de investimentos e sócio sênior da IHUB Investimentos. Possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; atuou nos maiores bancos privados do país. Atualmente, é assessor e sócio sênior na IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira superior a R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimento técnico e "difícil" do mercado para facilitar a vida do investidor.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.