Economia

Selic a 13,75% está com os dias contados? Inflação de março abre margem para cortes ainda no primeiro semestre

11 abr 2023, 11:25 - atualizado em 11 abr 2023, 11:30
Selic
A inflação do país está dentro do teto da meta estabelecida pelo CMN para 2023, de 4,75%. (Imagem: Agência Brasil)

O mercado foi pego de surpresa nesta terça-feira (11) com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vindo melhor do que o esperado. Em março, a inflação subiu 0,71%; o indicador acumulada alta em 12 meses de 4,65%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, destaca que este é um “belo número”, uma vez que o mercado projetava uma alta em torno de 0,77%.

“A principal surpresa foi a parte de alimentação, com os preços muito próximo de zero e alguns produtos até registrando deflação”, afirma.

  • Entre para o Telegram do Money Times!
    Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

Ainda assim, ele aponta que, na abertura qualitativa para preços de serviços e núcleos, o mês até que foi bom, mas a ainda é projetado uma inflação oscilando entre 5% e 6% anualizado. “A inflação deu uma pernada para baixo de maneira significativa no ano passado, e desde então oscila em torno desses números”.

Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, também destaca que os dados de inflação de março surpreenderam positivamente, mas que o cenário ainda é instável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Olhando à frente, analisamos que o comportamento observado da inflação conversa com o que esperamos. Entendemos que a dinâmica do IPCA no ano terá dois atos: arrefecendo até o 1º semestre, mas voltando a subir no segundo 2º semestre. Projetamos uma alta de 6,1% em 2023”.

Apesar do estado de alerta, com esse resultado, a inflação do país está dentro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, de 4,75%. Isso abre espaço para o Banco Central rever a sua política monetária nas próximas reuniões do Copom.

Desde agosto do ano passado, a Selic está sendo mantida em 13,75%. A justificativa é de que as projeções inflacionárias para longo prazo estão desancoradas e o IPCA estava fora da meta.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, afirma que o mercado pode esperar por um comunicado mais leve na próxima reunião do Banco Central, marcada para maio, o que pode aliviar as tensões com o governo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O Copom pode soltar um comunicado mais leve na próxima reunião, mas deve continuar adotando ainda uma postura mais conservadora em relação aos juros. Caso o IPCA até lá surpreenda positivamente, poderemos ver um corte de juros já na reunião do mês de junho”, aponta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.