Economia

Selic a 14,75% ou 15%? Veja as apostas de 10 bancos para o Copom desta quarta-feira (18)

18 jun 2025, 7:00 - atualizado em 18 jun 2025, 11:49
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Decisão do Copom será divulgada por volta das 18h30 desta quarta-feira. (Imagem: Divulgação/Banco Central)

O mercado está dividido quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (18). Segundo as Opções de Copom da B3, 61% dos investidores apostam na alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) da Selic, enquanto 37,50% veem uma manutenção.

A princípio, a estabilidade da taxa básica de juros era consenso no mercado, mas as falas recentes da diretoria do Banco Central (BC) reacenderam o viés de alta.

Para o Itaú — que defende a manutenção dos juros —, a decisão deve refletir o estágio avançado do ciclo, as perspectivas dos efeitos defasados e cumulativos da política monetária e o ambiente de incerteza elevado.

O economista-chefe, Mario Mesquita, pondera que o cenário doméstico apresentou sinais “ambíguos”. De um lado, a atividade econômica segue aquecida, as expectativas de inflação continuam desancoradas e os preços do petróleo registraram alta. De outro, os dados mais recentes de preços vieram abaixo do esperado e o real apresentou valorização.

Em linha, a XP Investimentos — que não vê novos ajustes na taxa — diz que a decisão é sustentada pelas medidas relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mesmo com a reversão parcial do aumento, e pelo comportamento do câmbio, que está mais forte do que o previsto.

O economista-chefe Caio Megale e sua equipe acreditam, no entanto, que a decisão será apertada, especialmente à luz de parte da comunicação dos membros do Copom.

“Membros do Copom transmitiram sinais mistos nas últimas semanas. Em alguns momentos, o foco era a manutenção dos juros em patamar restritivo por um período prolongado; em outros, o foco era a calibragem da taxa Selic terminal”, afirmam.

Os economistas dizem que uma nova alta dos juros faria sentido, considerando que a atividade continua robusta e as expectativas de inflação bem acima da meta.

O BTG Pactual é uma das instituições do mercado que defendem a alta de 0,25 p.p. da Selic. A economista Iana Ferrão afirma que a projeção é baseada, justamente, na sequência de indicadores que apontam “atividade resiliente e inflação de serviços ainda elevada, em um contexto de expectativas desancoradas”.

O banco também destaca que o momento atual é uma oportunidade para o Comitê reforçar sua credibilidade, por meio de um ajuste residual. “O Copom deverá aproveitar este momento para reforçar seu compromisso com a convergência da inflação à meta”, diz.

O Santander — que também espera um novo aperto na taxa — pontua ainda que a intenção do BC com as falas recentes foi influenciar os preços dos ativos no mercado.

“Acreditamos que a sinalização recalibrada do Copom reflete um movimento tático para evitar distorções na curva de juros — e não, nas palavras do diretor Gabriel Galípolo, uma guinada abrupta na política monetária”, afirma.

O único consenso entre os economistas do mercado é de que o Copom optará pela estratégia de manter a taxa de juros em patamar contracionista por período prolongado.

O que dizem 10 casas sobre a decisão do Copom?

Os economistas do mercado também estão divididos quanto à reunião desta semana, mas a maioria espera uma alta da Selic.

Caso o novo ajuste se confirme, a taxa atingirá o seu maior patamar em quase 20 anos — em junho de 2006, os juros estavam em 15,25% ao ano.

Já se o Copom optar pela manutenção da Selic, interromperá um ciclo de aperto de 4,25 p.p.

Confira as apostas

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.