Mercados

Selic a 15%: Como o Ibovespa, os juros futuros e o dólar devem reagir ao Copom

10 dez 2025, 20:10 - atualizado em 10 dez 2025, 20:19
ações ibovespa banco do brasil ewz
Na avaliação de analistas, o Ibovespa e dólar devem operar em leve alta, enquanto os juros futuros mais curtos devem ser pressionados (Imagem: Bigc Studio)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10), no maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006Essa foi a quarta manutenção consecutiva e em linha com o esperado pelo mercado. A decisão foi unânime. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No cenário doméstico, o Copom destacou que as expectativas de inflação seguem acima da meta, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. E, por isso, a política monetária deve seguir em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

Na avaliação de Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, Copom manteve o tom duro (hawkish) da decisão anterior, em novembro. “Não houve comunicação mais ‘dove‘, ou seja, leniente com a inflação, pelo contrário. Está tudo mantido”.

Os analistas do mercado também destacaram que o comunicado manteve a porta de afrouxamento monetário em janeiro “semi fechada”. “Como não houve qualquer indicação nesse sentido, o cenário mais provável é de que o ciclo possa começar em março – desde que, em janeiro, o Comitê dê sinais de que essa será a data adequada”, afirmou José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.

“O BC acabou sendo o ‘Grinch’ do Natal para quem acreditava numa queda iminente da Selic. A mensagem foi muito mais de conter o otimismo do mercado do que sinalizar mudanças”, avaliou Rodrigo Marques, sócio e economista-chefe da Nest Asset Management.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para a equipe de macroeconomia da Warren, o mercado seguirá dividido entre janeiro e março para o início do ciclo de cortes.

Como o Ibovespa deve reagir ao Copom?

Com a decisão do Copom já assimilada pelos mercados, os investidores tentam antecipar como o Ibovespa deve se comportar no pregão desta quinta-feira.

Lá fora, o índice EWZ — que é um fundo que replica o desempenho do índice MSCI Brasil, com as principais ações da bolsa brasileira — chegou a subir 0,81% logo após a divulgação do comunicado do Copom, mantendo o tom positivo do fechamento. O índice encerrou com leve ganho de 0,09%, a US$ 32,77.

Mas o Ibovespa (IBOV) deve ter um dia de “ressaca”, na visão de Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital. “A gente pode ter um movimento de realização nos mercados, que hoje foi positivo em função do cenário externo também.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A percepção de uma breve realização também é compartilhada por Bruno Perri, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos. “A bolsa deve sentir um pouco como repercussão desse comunicado mais duro.”

Hoje (10), o principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão em alta de 0,69%, aos 159.074,97 pontos, na esteira das bolsas de Nova York — em reação à decisão do Federal Reserve de cortar os juros para  a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. 

Os juros futuros vão cair?

Os juros futuros de curto prazo devem começar o dia em alta, com a expectativa de uma nova manutenção da Selic em janeiro, segundo Marcelo Bolzan, da The Hill Capital.

Para a equipe da Warren, a expectativa de corte na Selic apenas em março pode resultar em um movimento de “flattening” da curva de juros – ou seja, redução da taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E o dólar?

“O real deve se beneficiar da postura mais dura do Comitê”, na avaliação da Warren. Nesta quarta-feira, o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,4686, com alta de 0,60%. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Por dentro dos mercados

Receba gratuitamente as newsletters do Money Times

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar