Economia

Selic a 15%: Copom deve pisar no freio e adotar estratégia de ‘esperar para ver’, diz XP

29 jul 2025, 16:00 - atualizado em 29 jul 2025, 13:54
copom selic super quarta
(Imagem: Divulgação)

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve interromper o ciclo de altas da Selic na quinta reunião do ano, que acontece esta semana, e adotar a estratégia de “esperar para ver”, afirma a XP Investimentos.

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O economista-chefe, Caio Megale, e os economistas Alexandre Maluf e Rodolfo Margato afirmam que a política monetária contracionista já está surtindo efeito na economia.

O real acumula valorização de aproximadamente 10% no ano, em parte devido aos juros elevados, e a demanda doméstica apresenta sinais mais claros de desaceleração, puxada pelos segmentos mais sensíveis ao crédito.

Esses fatores melhoram as perspectivas de inflação no curto prazo. As expectativas coletadas nos últimos Boletins Focus recuaram tanto para 2025 quanto para 2026.

No entanto, os dados continuam longe da meta. O mercado de trabalho segue aquecido e a utilização da capacidade na indústria segue perto das máximas históricas. As expectativas de inflação, embora um pouco melhores, continuam acima da meta no curto e médio prazos.

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Além disso, os economistas esperam que a política fiscal seja expansionista nos próximos trimestres. Algumas despesas primárias — precatórios, emendas parlamentares, benefícios sociais — devem acelerar no segundo semestre e medidas como novas linhas de crédito, desonerações tributárias e aumento do investimento público tendem a ganhar força com a aproximação das eleições.

O possível impacto das tarifas dos Estados Unidos também deve ser monitorado pelo Comitê. O efeito direto das tarifas sobre as exportações brasileiras tende a ser desinflacionário, caso as taxas sejam de 50%, mas há riscos adiante, especialmente se houver uma escalada das tensões.

“O Copom continuará a sugerir uma pausa por ‘período bastante prolongado’, que permita uma política monetária suficientemente contracionista para condução da inflação à meta. Mas que não hesitará em retomar o ciclo de alta de juros caso necessário”, dizem Megale, Maluf e Margato.

Melhora da inflação

Os economistas da XP destacam o cenário mais favorável para a inflação no curto prazo. As leituras do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vieram em linha ou abaixo das expectativas, com uma abertura favorável.

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A deflação no atacado indica alívio adicional adiante. A inflação ao produtor — medida pelo IPA-10 — registrou leituras negativas por cinco meses consecutivos, acumulando queda de 4,8% no período.

Já a atividade doméstica continua sólida, mas há sinais de desaceleração. O mercado de
trabalho segue como a principal preocupação para a inflação, mas os indicadores da demanda final crescem a um ritmo mais moderado. Setores mais ligados ao crédito, como veículos, móveis e produtos eletrônicos, também mostram sinais mais claros de arrefecimento.

A XP estima um recuo moderado nas projeções do IPCA do Copom: de 4,9% para 4,8% no final de 2025 e de 3,6% para 3,5% no final de 2026. Já para o primeiro trimestre de 2027 — horizonte relevante da política monetária –, a previsão deve cair de 3,4% para 3,3%.

Copom só deve cortar a Selic em 2026

A XP acredita que o primeiro corte na taxa Selic deve ocorrer em janeiro de 2026, considerando a melhora do cenário de inflação no curto prazo.

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Com a valorização do real e a perda de fôlego da demanda doméstica, o cenário para o IPCA no curto
prazo melhora. No entanto, o principal risco à convergência dos preços é o hiato do produto positivo.

“Projetamos a taxa básica de juros em 12,50% ao final de 2026, após cinco cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual”, dizem os economistas.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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