Economia

Selic a 15%: O que esperar da reunião que deve marcar virada de ciclo da política monetária?

30 jul 2025, 7:00 - atualizado em 30 jul 2025, 10:30
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Economistas esperam que Copom mantenha a Selic em 15% na reunião desta quarta-feira. (Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)

O mercado já está convencido de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve interromper o ciclo de aperto monetário na reunião de hoje (30). As Opções de Copom indicam que a aposta na manutenção da Selic em 15% vale R$ 96,17 — quanto maior for o valor, maior é a probabilidade atribuída ao cenário.

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A possível decisão já foi antecipada pelos membros do Banco Central (BC). No comunicado da decisão passada, eles indicaram uma virada de ciclo da política monetária para examinar os impactos dos ajustes já realizados.

Além disso, os diretores apontaram a manutenção dos juros no atual patamar por período “bastante prolongado”.

Segundo a XP Investimentos, o Copom deve reforçar a estratégia de “esperar para ver”. O economista-chefe, Caio Megale, e os economistas Alexandre Maluf e Rodolfo Margato afirmam que a política monetária contracionista já está surtindo efeito na economia.

O real valorizou cerca de 10% no ano e a demanda doméstica apresenta sinais de desaceleração, puxada pelos segmentos mais sensíveis ao crédito — esses fatores melhoram as perspectivas de inflação no curto prazo. Além disso, as expectativas recuaram para 2025 e para 2026.

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No entanto, os dados continuam longe da meta. O mercado de trabalho segue aquecido e a utilização da capacidade na indústria segue perto das máximas históricas. As expectativas de inflação, embora um pouco melhores, continuam acima da meta no curto e médio prazos.

Em linha, o BTG Pactual diz que os dados divulgados desde a decisão de junho — tanto de preços quanto de atividade — ficaram abaixo do esperado, mas não tiveram surpresas que justifiquem uma recalibração da política monetária.

Os analistas Bruno Balassiano, Bruno Martins e Iana Ferrão dizem que o comunicado deve reforçar que os ajustes na Selic juros continuam condicionados a evidências robustas de convergência da inflação à meta. Eles enfatizam que — diante de expectativas desancoradas — esse processo exige juros restritivos por um período prolongado.

O JP Morgan não espera que o comunicado traga mudanças significativas, mas diz que pode haver uma menção à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos.

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Segundo os economistas Cassiana Fernandez, Mirella Sampaio e Vinicius Moreira, o Copom deve destacar apenas as incertezas sobre os eventuais efeitos do potencial choque tarifário, embora a escalada das tensões e o esperado aumento de tarifas possam contribuir para a desaceleração econômica.

É cedo para falar em cortes da Selic

Além de concordar sobre o próximo movimento do Copom, os economistas dos bancos e casas de análises concordam que ainda é cedo para falar em afrouxamento da Selic. No entanto, eles divergem em relação à data do corte.

A XP e o BTG esperam que os diretores comecem a flexibilizar a política monetária apenas no primeiro trimestre de 2026.

A XP acredita que o primeiro corte deve ocorrer em janeiro, considerando a melhora do cenário de inflação no curto prazo. A corretora projeta cinco cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual (p.p.) em 2026.

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Já o BTG também não vê espaço para um início do ciclo de afrouxamento em 2025, mas não indica uma data certa para o corte.

O JP, por outro lado, espera que os cortes se iniciem em dezembro, com um ajuste de 0,25 p.p. Depois, o Copom deve seguir um ritmo contínuo, com reduções de 0,50 p.p., até que a taxa de juros atingir 10,75%.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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