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Selic alta trava mercado, mas abre oportunidades em FIIs, avaliam gestores

03 jul 2025, 20:30 - atualizado em 03 jul 2025, 16:19
(Imagem: reprodução)

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O ambiente de juros elevados no Brasil tem travado parte da atividade imobiliária, mas, ao mesmo tempo, tem gerado oportunidades pontuais na indústria dos fundos imobiliários. Essa foi a avaliação dos especialistas que participaram do evento Onde Investir no 2º Semestre de 2025, promovido pelo Seu Dinheiro com apoio do Money Times.

Para Pedro Bruder, gestor da Kinea, a taxa Selic em nível restritivo — atualmente em 15% ao ano — atua como um freio importante à economia, já que o custo do dinheiro desestimula novos investimentos.

“Com os juros nesse patamar, muitos projetos não saem do papel porque o empresário fica mais receoso em tomar crédito”, afirmou.

Por outro lado, o gestor ressaltou que os fundos de recebíveis, em especial, conseguiram surfar e se adaptar melhor a este cenário, exigindo mais garantias e oferecendo retornos mais altos aos investidores.

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“Para os FIIs atrelados ao CDI, esse aumento de juros foi positivo para a rentabilidade. Temos conseguido aproveitar o momento para fechar boas negociações, com operações mais seguras e robustas”, explicou.

Em tempos de Selic alta, quem lidera é a gestão ativa

A alta da taxa Selic também favorece a renda fixa, mas não diminui o espaço para os fundos imobiliários com boa administração. É o que defende Gabriel Barbosa, da TRX, que acredita na força da gestão ativa para manter a atratividade mesmo em um ambiente desafiador.

“Temos entregado retorno próximo de 150% do CDI ao cotista, e o que fazemos para enfrentar os juros elevados é ter uma gestão ativa de verdade”, afirmou.

Segundo Barbosa, essa administração vai além da simples compra e expansão do portfólio: a estratégia também envolve a venda de imóveis quando surgem oportunidades favoráveis. Essa postura, na visão do gestor, tem sido fundamental para destravar valor e aumentar o dividend yield.

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Em 2024, o TRXF11, por exemplo, realizou vendas que somaram cerca de R$ 800 milhões. Já neste ano, foram duas operações concretizadas, com uma terceira prevista para o segundo semestre.

Fundos imobiliários descontados

Caio Araujo, analista da Empiricus Research, que esteve presente no evento, acrescentou que a dinâmica dos FIIs está atrelada, além dos juros, à política fiscal.

“A alta da Selic já terminou, mas é preciso acompanhar a inflação. E, do lado fiscal, há muita incerteza, especialmente com as eleições do ano que vem. Esse será um ponto importante para a performance das cotas nos próximos 12 meses”, apontou.

O analista relembrou que os fundos imobiliários iniciaram 2025 com preços mais descontados, mas conseguiram uma recuperação significativa no primeiro semestre, levando, inclusive, o IFIX a atingir sua máxima histórica.

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Apesar disso, na visão de Araujo, ainda há oportunidades na indústria. “Hoje está mais difícil encontrar barganhas do que no começo do ano, mas elas ainda existem.”

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Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
igor.grecco@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.